O Hamas afirmou que a obtenção de um cessar-fogo em Gaza e um acordo sobre os reféns representa “um momento decisivo” em sua “batalha contra o adversário”.
“O pacto para cessar a violência direcionada a Gaza representa uma vitória para nossa comunidade, nossa luta, nossa nação e para todos os indivíduos livres do planeta. Este momento simboliza uma mudança significativa na batalha contra o adversário, traçando a trajetória rumo à conquista de nossos objetivos de libertação e retorno do nosso povo”, afirmou o Hamas em um comunicado na quarta-feira (15).
A equipe respaldada pelo Irã expressou sua gratidão aos intermediários “que se dedicaram intensamente para alcançar este entendimento, em particular ao Catar e ao Egito“.
Implementação do acordo
Bassem Naim, um representante de alto escalão do Hamas, divulgou um documento que explica a maneira como o acordo de trégua para a troca de reféns entre Israel e o Hamas será colocado em prática.
Conforme o relatório, Israel irá soltar mil prisioneiros palestinos detidos em 8 de outubro de 2023, os quais não participaram da ofensiva do Hamas contra Israel ocorrida no dia anterior.
Do total de 33 reféns que o Hamas pretende soltar, nove que estão enfermos ou feridos serão trocados por 110 prisioneiros palestinos que cumprem penas de prisão perpétua, conforme indicado no relatório.
Na etapa inicial do pacto, as tropas israelenses diminuirão progressivamente sua atuação na região do Corredor Filadélfia, uma estreita área que se estende ao longo da divisa entre o Egito e Gaza, e iniciarão sua retirada após a liberação do último dentre os 33 sequestrados.
De acordo com o documento, as tropas finalizarão a撤回 até o 50º dia, na segunda etapa do pacto.
O documento menciona ainda que Israel se empenhará em preparar a passagem de fronteira de Rafah assim que o pacto for formalizado, com o objetivo de facilitar o retorno dos civis que foram deslocados.
Sete dias depois que o acordo for ativado, transeuntes não armados poderão voltar ao norte sem a necessidade de inspeção, enquanto automóveis poderão fazê-lo após serem verificados por terceiros.
O Egito, que integra o grupo de mediadores do pacto, atestou a veracidade do documento que foi publicado.
Chefe do Hamas se manifesta
O líder temporário do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, afirmou em um discurso transmitido pela televisão nesta quarta-feira (15) que Israel não conseguiu alcançar suas metas em Gaza, logo após a divulgação do acordo de trégua.
Nesta quarta-feira, os negociadores conseguiram um entendimento em etapas para pôr fim à guerra em Gaza, envolvendo Israel e o Hamas, conforme informaram os Estados Unidos e o Catar. O conflito, que se arrasta por 15 meses, resultou na morte de milhares de palestinos e aumentou as tensões no Oriente Médio.
As forças de Israel realizaram uma incursão em Gaza após a ação de militantes do Hamas, que quebraram as medidas de segurança e entraram em localidades próximas à fronteira israelense no dia 7 de outubro de 2023. Esse ataque resultou na morte de 1.200 pessoas entre soldados e civis, além do sequestro de mais de 250 reféns, tanto israelenses quanto estrangeiros.
O conflito aéreo e terrestre de Israel em Gaza resultou na morte de mais de 46 mil indivíduos, segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza. Milhares de desabrigados enfrentam as baixas temperaturas do inverno em tendas e abrigos precários. (Foto: GABINETE DE IMPRENSA DO HAMAS)
Com informação da Reuters
