Nesta segunda-feira, 10, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro não está considerando impor tributações sobre plataformas digitais dos Estados Unidos, caso o presidente Donald Trump confirme a decisão de aumentar as tarifas sobre aço e alumínio. Essa informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Trump anunciou no domingo que irá implementar tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos, marcando mais um passo significativo em sua reforma da política comercial do país. O Brasil está entre os principais exportadores de aço para os EUA.
“Para esclarecer, a afirmação de que o governo Lula planeja tributar empresas de tecnologia caso os Estados Unidos imponham tarifas ao Brasil não é verdadeira”, afirmou o ministro em uma postagem no X.
De acordo com suas palavras, a administração brasileira optou por se pronunciar somente “a partir de ações efetivas, e não por meio de declarações que possam ser mal interpretadas ou alteradas”.
“Vamos esperar pela orientação do presidente”, disse ele.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha, a administração Lula observa com prudência a efetivação do anúncio de Trump e acredita que a melhor estratégia é evitar uma confrontação comercial direta com os Estados Unidos.
A implementação de tributos sobre as plataformas digitais vem sendo debatida no Brasil há muitos meses. Em setembro, o Ministério da Fazenda indicou que poderia apresentar ao Congresso, ainda no segundo semestre, sugestões para a tributação das grandes empresas de tecnologia se ocorresse alguma decepção nas receitas orçamentárias.
Conforme reportado pela Folha, a análise indica que a ação poderia ser implementada quase que de imediato, caso Trump intensifique sua guerra comercial global e dirija ações contra o Brasil.
Em resposta ao pedido da Reuters, o Palácio do Planalto informou que, por enquanto, não fará comentários sobre o assunto. Os ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços também não forneceram respostas imediatas às solicitações de posicionamento.