Haddad: Brasil e França convergem em tributação de super-ricos

No dia inaugural da sua viagem à França, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou a convergência de interesses entre o Brasil e a nação europeia em relação à tributação dos muito ricos. Ele fez parte de um painel na universidade Science Po, onde discutiu os desafios que os governos encaram diante das mudanças climáticas.

 

“O ministro afirmou que a defesa de impostos sobre os extremamente ricos é uma questão ética essencial, especialmente diante do crescimento das oligarquias nas democracias. Ele destacou que França e Brasil estão liderando um esforço de colaboração entre o Norte e o Sul que pode auxiliar a comunidade internacional a superar a atual estagnação.”.

 

Haddad destacou que a ideia de impor um imposto global de até 2% sobre a renda das pessoas mais ricas foi criada pelo economista francês Gabriel Zucman e contou com o respaldo da ganhadora do Prêmio Nobel de Economia de 2019, a também francesa Esther Duflo. Essa proposta foi uma das principais iniciativas da liderança brasileira no G20 (formado pelas 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana) no ano passado.

 

Haddad destacou a importância da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) para revitalizar o multilateralismo, que envolve a colaboração entre nações na busca por soluções para conflitos e assuntos compartilhados. O ministro expressou a expectativa de que a França continue a apoiar o Brasil em outras questões.

 

“Se não fosse pelo suporte de pensadores como Gabriel Zucman e Esther Duflo, o primeiro avanço rumo a uma tributação conjunta dos bilionários não teria sido possível com a Declaração sobre Cooperação Tributária Internacional e o relatório conclusivo da Cúpula do G20 realizada no Rio, em novembro do ano passado. Esperamos reviver essa colaboração entre Brasil e França na COP com novas causas”, completou Haddad.

 

O ministro destacou que Brasil e França têm a oportunidade de formar uma aliança em prol do multilateralismo, especialmente após as recentes alterações na administração dos Estados Unidos. De acordo com Haddad, o cenário mundial passou por profundas transformações desde a última cúpula do G20, realizada em novembro do ano passado no Rio de Janeiro. ( Foto: Agência Brasil)

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