O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a Petrobras por não fazer parte do projeto de hidrogênio verde, produzido a partir do etanol. O titular da economia voltou a destacar que a proposta está sendo encabeçada pela USP (Universidade de São Paulo). Haddad afirmou que conversou sobre o assunto com o presidente da estatal, Jean Paul Prates, mas não deu detalhes sobre formas da petroleira aderir ao projeto.
“A Petrobras ficou de fora do projeto de hidrogênio verde. Já conversei com o Jean Paul Prates. Não usamos o fundo verde para aquilo que de mais moderno há no país. Às vezes, o Estado brasileiro se omitiu para nos colocar na liderança da transformação ecológica no mundo”, disse.
As declarações foram feitas durante o 7º Fórum Nacional de Controle, realizado no Tribunal de Contas da União, nesta quinta-feira (05). O ministro da Fazenda ainda destacou que o país tem muito potencial para o mundo.
“O que pode parecer custo para outros países, para o Brasil é uma grande oportunidade. Tudo o que foi feito em gerações, a tecnologia que foi desenvolvida, coloca uma série de oportunidades de desenvolvimento sustentável. Estamos correndo em busca do tempo perdido”, disse.
Haddad também citou o plano de transição ecológica, que abrange propostas como o mercado de carbono, proposta aprovada no Senado Federal nesta quarta-feira (04), a taxonomia verde, que está em consulta pública, os títulos soberanos, que foram apresentados à sociedade internacional no mês passado, entre outros. “Já no primeiro ano de mandato do presidente Lula, temos projetos que endereçam questões que estão muito atrasadas”, afirmou.
“Há 20 anos havia uma dúvida se a agenda de sustentabilidade colidia com o desenvolvimento. A humanidade amadureceu, amadureceu pela dor. Está diante dele uma tragédia. Nós que vamos sofrer as consequências, sobretudo os pobres que vão pagar as consequências disso. Temos, certamente, um grande objetivo pela frente”, destacou.
Mercado de Carbono
O presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, também comentou sobre a aprovação do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, aprovado nesta quarta-feira na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal. A aprovação foi unânime e terminativa, o que significa que o projeto seguirá direto para a Câmara dos Deputados, sem passar pelo plenário do Senado.
“Sabemos todos que o governo brasileiro está se posicionando firmemente nas emissões de baixo carbono. Conversei com o ministro Haddad e a ministra Marina sobre a aprovação do projeto de lei que institui o mercado regulado de carbono, é tramitação legislativa mas não podemos deixar de celebrar essa conquista”, disse na ocasião.
O texto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões para empresas que emitam mais de 10.000 toneladas de dióxido de carbono por ano. Os créditos de carbono poderão ser negociados no mercado financeiro e serão incluídos no imposto de renda, transformando em dinheiro a redução dos gases de efeito estufa.
Segundo a relatora do projeto, a senadora Leila Barros (PDT-DF), o Banco Mundial calculou que o mercado de carbono em 2022 movimentou US$ 100 bilhões. (Foto: Divulgação/TCU)