Ministro da Fazenda afirmou que o número será divulgado após o feriado de Carnaval
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), adiantou nesta quarta-feira (7) que o resultado da arrecadação federal referente ao mês de janeiro surpreenderá positivamente o mercado financeiro. Os dados serão divulgados após o Carnaval, segundo o ministro. A declaração foi feita durante o CEO Conference Brasil 2024, organizado pelo BTG Pactual. “O mês passado foi muito bom. Nós vamos divulgar depois do Carnaval os dados consolidados e ele foi muito surpreendente, a arrecadação”, declarou o ministro, ressaltando a expectativa positiva em relação aos resultados obtidos.
Além disso, Haddad expressou confiança de que os dados de atividade econômica do Brasil em 2024 superarão as expectativas dos analistas, porém, destacou que o cumprimento da meta fiscal deste ano está condicionado à cooperação do Congresso Nacional. Durante um painel mediado pelo economista-chefe do BTG, Mansueto Almeida, o ministro foi questionado sobre a desconfiança do mercado em relação à capacidade do governo de zerar o déficit fiscal em 2024.
Em resposta, Haddad afirmou que o Ministério da Fazenda está empenhado em cumprir essa meta, através da apresentação de medidas para aumentar a arrecadação e corrigir distorções tributárias, mas enfatizou que o sucesso depende da aprovação do Congresso. “Hoje, o que era uma meta de governo, é uma meta do país, é uma lei [zerar déficit primário]. Então, [a meta] foi chancelada pelo Congresso Nacional. Agora, o resultado não vem por um passe de mágica”, explicou Haddad, ressaltando a importância da compreensão do contexto político atual para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Entre as distorções tributárias abordadas, o ministro mencionou a desoneração da folha de pagamento de 17 grandes setores da economia, uma medida que teve início em 2012 e foi prorrogada posteriormente. Haddad ressaltou que revisar essas políticas é fundamental para realinhar o país rumo ao desenvolvimento sustentável.
Além disso, Haddad também abordou o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado durante a pandemia para apoiar um dos setores mais afetados pelas restrições sanitárias. O ministro defendeu o fim do programa, argumentando que ele foi implementado em um contexto já superado e que sua continuidade compromete a arrecadação federal. “O Perse era para ter acabado, porque era uma medida emergencial”, afirmou Haddad, destacando que o programa já gerou um custo significativo aos cofres públicos.
(Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)