Ariovaldo Moreira afirmou que hacker reiterou declarações na CPI e deu ‘caminho das provas’
O advogado Ariovaldo Moreira, que defende o hacker Walter Delgatti, afirmou que ele reforçou as denúncias apresentadas à CPMI dos atos golpistas do 8 de janeiro e apresentou nesta sexta-feira à Polícia Federal (PF) um áudio em que uma assessora da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) faria uma promessa de pagamento. Delgatti prestou um novo depoimento à PF, o segundo nesta semana, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A oitiva foi necessária porque o hacker apresentou fatos novos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
“Ele apresentou para o delegado que preside a investigação um áudio onde essa pessoa, assessora de Zambelli, faz promessa de pagamento”, relatou Moreira após o depoimento, que durou cerca de duas horas. De acordo com o advogado, Delgatti reiterou o que disse na CPI e apresentou o “caminho das provas”. “Ele simplesmente reiterou tudo que foi dito ontem. Os senhores vão me perguntar: e as provas? O Walter deu o caminho das provas. Apresentou ao delegado o caminho das provas”, acrescentou.
Delgatti foi ouvido no âmbito do inquérito que investiga a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em janeiro deste ano. Ele já admitiu ter sido responsável pela invasão, que teria ocorrido por determinação de Zambelli, o que ela nega. Na CPI, Delgatti afirmou ter recebido orientações do ex-presidente Jair Bolsonaro para manipular urnas eletrônicas e para que assumisse a autoria de um suposto grampo contra Moraes. Uma das conversas com Bolsonaro teria ocorrido em um telefone fornecido por Zambelli.
Antes do depoimento, na manhã desta sexta, Ariovaldo Moreira afirmou que Delgatti não é capaz de provar o conteúdo da conversa com Bolsonaro, mas que ele pode apresentar “indícios de provas” sobre isso. “Obviamente que uma conversa com Jair Bolsonaro, em um telefone que Carla Zambelli acabou de inserir um chip, obviamente que ele não tem prova com relação a isso. É apenas o testemunho dele”, afirmou, complementando: “Indícios de provas (podem ser apresentados). Penso que a autoridade policial tem como checar o que ele disse.”
(Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
