Guarda Costeira confirma mortes e ‘catastrófica implosão’ do submarino

Equipes de busca encontraram campo de destroços da embarcação nesta quinta-feira; cinco pessoas estavam a bordo

 

A Guarda Costeira norte-americana informou nesta quinta-feira (22) que os destroços encontrados no oceano Atlântico são do submarino Titan, da Ocean Gate. Os materiais são compatíveis com peças da parte traseira do submersível, mas que também encontraram destroços adicionais que foram analisados por especialistas para confirmar uma “catástrofe” de pressão na cabine onde estavam os tripulantes.

“Foi uma catastrófica implosão. Com essa determinação (da morte dos tripulantes) nós notificamos imediatamente às famílias. Em nome da Guarda Costeira dos Estados Unidos e de todo o comando unificado eu aqui trago os nossos pêsames para as famílias e espero que essa descoberta traga algum conforto nesse momento tão difícil”, pontuou John Mauger, contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA.

De acordo com a equipe, os destroços são consistentes com uma implosão, entretanto, Mauger confirma que ainda continuarão as buscas no local para entender como o acidente ocorreu. “Esse é um caso extremamente complexo. Nós ainda estamos trabalhando e analisando detalhes para saber a linha do tempo desse acidente”, completou o contra-almirante. As autoridades acreditam que o acidente esteja apenas a 487 metros da proa dos destroços do Titanic. Além disso, como se trata de um local de difícil acesso, o contra-almirante afirma que não pode confirmar a possibilidade de recuperar os corpos dos cinco passageiros a bordo do submersível Titan.

Os ruídos detectados na noite da terça-feira (20) e nesta quarta (21), que deram esperança de encontrar sobreviventes, não parecem ter conexão com o caso, de acordo com análises da equipe de resgate. O submersível perdeu contato com a superfície no domingo (18), 1h45 após o início do mergulho para ver os destroços do Titanic. Ainda é cedo para dizer quando o acidente aconteceu, segundo o porta-voz, mas as equipes de resgate não detectaram implosões nas 72 horas em que estiveram no mar.

Mais cedo, a empresa OceanGate Expeditions, responsável pelo submarino, havia divulgado nota na qual dizia acreditar que as cinco pessoas a bordo morreram. “Esses homens eram verdadeiros exploradores que compartilhavam um espírito de aventura e uma profunda paixão por explorar e proteger os oceanos do mundo”, diz trecho do comunicado, obtido pela CNN americana.

“Nossos corações estão com essas cinco almas e todos os membros de suas famílias durante esse período trágico. Lamentamos a perda de vidas e a alegria que eles trouxeram para todos que conheciam.”

 

Vítimas fatais do submersível Titan: Hamish Harding, empresário britânico, Stockton Rush, CEO da OceanGate, Paul-Henry Nargeolet, maior especialista em Titanic, Shahzada Dawood, empresário paquistanês, e seu filho, Sulaiman Dawood,. – (Foto:Handout, Joël Saget/AFP, Dirty Dozen Productions/Oceangate Expeditions e Dawood Hercules Corporation)

Estavam no submarino Titan o empresário americano Stockton Rush, 61 (dono da OceanGate e piloto do veículo), o bilionário britânico Hamish Harding, 58 (presidente-executivo da empresa Action Aviation), o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 48 ( vice-presidente do conglomerado Engro) e seu filho Suleman, 19, e o francês Paul-Henry Nargeolet, 77 (mergulhador especialista no naufrágio).

Desde o começo da semana, equipes de resgate de diversos países enviaram veículos, equipamentos e pessoal para tentar encontrar o submersível. A embarcação tinha capacidade de funcionar de forma autônoma por 96 horas —prazo que teria encerrado na manhã desta quinta-feira. Segundo informações do jornal The New York Times, dois veículos controlados remotamente participavam das buscas no entorno dos destroços do Titanic. No final da tarde desta quinta, espera-se que mais um, com capacidade de chegar a 6.000 metros abaixo da superfície, junte-se à operação.

(Foto: OceanGate)

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