A pressão da Polícia Federal (PF) sobre o governo federal em busca de uma reestruturação salarial está afetando o andamento de investigações importantes na corporação, incluindo inquéritos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com informações do blog da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, fontes de dentro da corporação informaram que gestores estão demorando a designar agentes para as equipes de perícia e análise.
A “greve branca” estaria causando atrasos significativos, afetando, por exemplo, a verificação da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e a análise dos celulares do ex-presidente, que fazem parte do inquérito que investiga a fraude nos cartões de vacinação do ex-presidente e aliados.
As duas investigações fazem parte dos 21 inquéritos que têm Bolsonaro como alvo, que foram abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela PF.
Impasse
Pessoas com influência nos sindicatos afirmaram que as lideranças recomendaram a redução do ritmo de trabalho como uma maneira de expressar o descontentamento com o que classificam como falta de atenção do governo em relação à aprovação da reestruturação.
Após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, a cúpula da PF costurou um acordo, com o aval do Ministério da Justiça, que estabelece aumentos salariais de 37% a 79%, dependendo da função. No entanto, o projeto está atualmente paralisado no Ministério da Gestão, sob a responsabilidade de Esther Dweck.
Segundo fontes da PF, os agentes federais temem que a demora possa resultar na exclusão da reestruturação salarial do orçamento de 2024. (Foto: Divulgação/PF)