Governo vai avaliar todas as ações para responder a tarifas de EUA

Nesta quarta-feira, o governo do Brasil declarou, em comunicado, que irá analisar “todas as opções de intervenção no setor de comércio exterior” em resposta à imposição de taxas de 25% sobre o aço e o alumínio, que começam a vigorar hoje pelo governo dos Estados Unidos para a totalidade das importações desses materiais no país.

No comunicado publicado pelo Itamaraty, a administração expressa seu pesar pela escolha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e informa que já estão agendadas reuniões para as semanas seguintes para debater o tema. O texto também menciona que o governo se comprometerá a proteger os interesses do Brasil na Organização Mundial do Comércio.

Considerando os efeitos reais das ações sobre as exportações do Brasil, o governo brasileiro, em colaboração com o setor privado, se empenhará em proteger os interesses dos produtores locais perante a administração dos Estados Unidos. Em encontros agendados para as semanas seguintes, analisará todas as opções de atuação no comércio internacional, visando atenuar os impactos prejudiciais das políticas norte-americanas e salvaguardar os interesses nacionais, incluindo ações na Organização Mundial do Comércio, conforme nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Além de implementar uma alíquota de 25%, os Estados Unidos também encerraram todos os acordos existentes até aquele momento. O Brasil, por exemplo, possuía um acordo de cotas de importação com o governo dos EUA. De acordo com o Itamaraty, essa decisão terá um efeito considerável nas exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA”. Em 2024, o volume atingiu cerca de US$ 3,2 bilhões. O comunicado também ressalta que os EUA mantêm um superávit comercial de longa duração com o Brasil, que foi de aproximadamente US$ 7 bilhões apenas em bens em 2024.

O governo brasileiro, alinhado ao seu habitual respaldo ao comércio multilateral, como inadequada e sem fundamento a imposição de restrições unilaterais que impactam as trocas comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente considerando o histórico de colaboração e integração econômica entre ambas as nações.

No que tange ao segmento do aço, a comunicação do Itamaraty destaca que as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos possuem uma “relação de complementaridade mutuamente vantajosaque perdura várias décadas. O Brasil figura como o terceiro maior comprador de carvão siderúrgico americano, com um valor de US$ 1,2 bilhão, e é o principal exportador de aço semi-acabado para os EUA, com US$ 2,2 bilhões, representando 60% do total das importações americanas, matéria-prima crucial para a indústria siderúrgica dos Estados Unidos(Foto: FolhaPress)

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