A administração federal tem a intenção de conectar todas as unidades de saúde indígena no Brasil até o final de 2026, assegurando que todos os serviços públicos encarregados do atendimento primário à saúde das comunidades indígenas disponham de uma conexão de internet de boa qualidade.
“Almejamos concluir o próximo ano com a plena conectividade em todas as unidades de saúde das comunidades indígenas em nosso país”, declarou Weibe Tapeba, secretário nacional de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, durante uma entrevista à Agência Brasil, na véspera do Dia dos Povos Indígenas.
Comemorada no último sábado (19), essa data destaca a variedade e a riqueza das culturas dos povos indígenas, além de conscientizar sobre a luta dos cerca de 1,7 milhão de brasileiros que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se identificam como indígenas, mantendo conexões ancestrais com uma das 305 etnias reconhecidas no Brasil.
De acordo com Weibe, aprimorar a conectividade nas regiões possibilitará, entre diversas outras vantagens, que o governo promova a instalação de infraestrutura de telessaúde nas comunidades, assegurando que os povos indígenas consigam consultar médicos especialistas sem a necessidade de abandonar suas aldeias.
“Isso também nos possibilitará ampliar a tecnologia de telessaúde, permitindo que evitemos o deslocamento de pacientes indígenas para fora de seus territórios”, disse o secretário.
Weibe Tapeba, secretário da Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, anunciou que já existem mais de 700 locais com conectividade estabelecida. – Fernando Frazão/Agência Brasil
Atualmente, 19 dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) já oferecem consultas remotas, utilizando a internet de alta velocidade do Programa Conecta Brasil, promovido pelo Ministério das Comunicações. De acordo com o MPI, essa abordagem diminui a necessidade de deslocamento dos pacientes, que podem realizar exames de rotina e consultas com especialistas, como cardiologistas, oftalmologistas, dermatologistas e pneumologistas, a partir de polos bases adequadamente equipados. A SESAI informa que essa medida pode atender mais de 781 mil indígenas.
Organizados de maneira estratégica segundo critérios territoriais e levando em consideração a distribuição geográfica das comunidades indígenas, os Dseis funcionam como unidades administrativas descentralizadas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Cada Dsei agrega uma variedade de serviços e ações, oferecidos através das Unidades Básicas de Saúde Indígenas (UBSIs), polos-bases e Casas de Saúde Indígena (Casais). (Foto: Funai)