Governo não pretende mudar regras do arcabouço fiscal

O titular da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (28), em São Paulo, que a administração não planeja alterar as diretrizes do arcabouço fiscal, que estabelece um limite e um gerenciamento das despesas.

“Não temos a intenção de alterar o formato da política econômica. Para mim, essa é uma relação positiva entre uma meta de déficit primário associada a uma norma de gastos“, declarou o ministro durante a Arko Conference, que ocorreu na sede da Galapagos Capital, em São Paulo.

“Estamos discutindo uma economia que se adapta e tem se ajustado significativamente às políticas públicas que estão sendo reimplementadas. O que desejamos evidenciar é que o Brasil tem potencial para crescer em ritmos próximos à média global, sem enfrentar grandes pressões no cenário internacional“, declarou Haddad. “Estamos apresentando um crescimento saudável, com uma média de 3,3%”, enfatizou.

Percebemos que, devido às pressões, desaceleramos um pouco nosso crescimento, mas isso está longe de ser comparável ao que ocorre globalmente, onde se implementam ajustes extremamente rigorosos e recessivos, que acabam afetando negativamente o andamento da dívida devido ao déficit que se forma nas finanças públicas. Acreditamos que a abordagem mais adequada para restaurar o superávit primário é por meio da moderação”, afirmou.

Segundo Haddad, a abordagem econômica adotada pelo governo será preservada sem a implementação de “medidas pouco convencionais” e sem direcionamento eleitoral. “Não vamos criar nada novo. O presidente Lula não tem por hábito desenvolver estratégias inusitadas por motivos eleitorais. Ele seguirá o que acredita ser necessário”, declarou.

O ministro da Fazenda reiterou que a administração permanece dedicada a alcançar as metas fiscais e destacou que a taxa de juros atual, conforme sua perspectivaextremamente rigorosa”, desempenhará sua função de conter a inflação e desacelerar a economia. “Não motivo para qualquer tipo de surpresa. Continuaremos seguindo nossa política, atingindo as metas e reconhecendo que essa é a trilha adequada”.

 

Caged

No evento, o ministro fez comentários sobre as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que mostraram a criação de mais de 431 mil empregos formais em fevereiro.

Segundo ele, esse resultado não indica um aquecimento econômico, como o mercado tem especulado e temido, mas sim reflete a expectativa de uma colheita excepcional este ano.

“É importante que as pessoas se recordem que, em períodos de colheita abundante, como em fevereiro ou março, é comum contratar um grande número de trabalhadores. A demanda para o transporte da produção se intensifica rapidamente, resultando em uma significativa necessidade de transporte e de força de trabalho. Essa é a maneira como as coisas ocorrem no Brasil“, esclareceu. (Foto: MF/Reprodução)

 

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