Governo fala em “raio X” no GSI para identificar e demitir envolvidos no 8 de Janeiro

Escolhido por Lula para ficar de forma interina à frente da pasta, secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, vai mapear quem colaborou com ataques aos Três Poderes

 

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (21) que o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, vai fazer um “raio X” na pasta para identificar se algum servidor colaborou com a ação dos vândalos que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro. “Ao convidá-lo para assumir interinamente o GSI, uma das coisas que ele [Lula] solicitou é, sim, fazer um raio X, uma avaliação de qualquer pessoa que tenha tido qualquer participação nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Quem participou, mobilizou, fez parte, financiou aqueles atos terroristas, esteja trabalhando onde estiver, não ficará com as mesmas responsabilidades durante o governo do presidente Lula”, esclareceu Padilha.

Secretário executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Cappelli passou a comandar o GSI de forma interina depois da saída de Gonçalves Dias. O ex-ministro pediu demissão depois que imagens das câmeras de segurança do Planalto mostraram que ele esteve no prédio no dia da invasão. As imagens mostram Dias caminhando pelo terceiro andar do prédio, onde fica o gabinete de Lula. O ex-ministro aparece interagindo com algumas pessoas que depredaram o prédio e em nenhum momento parece tentar impedir a ação dos invasores.

Padilha reforçou que as imagens não são suficientes para incriminar Dias. “Imagens que têm algum grau de edição não são instrumentos que possam provar absolutamente nada. São instrumentos que as instituições que podem fazer essa apuração devem utilizar para identificar a responsabilidade de todos os que aparecem [nas gravações]”, disse. “O ex-ministro tem uma biografia de serviço público prestado nas Forças Armadas e em outros momentos da Presidência da República. Aquelas imagens, a priori, não desmontam a biografia dele”, completou Padilha.

 

Depoimento

Gonçalves Dias prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira. O ex-ministro negou que tenha envolvimento com a invasão dos prédios públicos, disse que a investigação provará sua inocência e que decidiu se afastar do cargo para atuar em sua defesa. As diligências também buscam informações sobre quem deu a ordem para que Dias fosse até o Palácio do Planalto, se ele foi por conta própria e por qual motivo não reagiu ou comandou militares do GSI para que eles atuassem em relação aos ataques que estavam em andamento. Após a repercussão do caso, o então ministro pediu demissão.

Na próxima quarta-feira (26) quem presta depoimento é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele deve explicar se tem ou não ligação com os ataques aos prédios da Câmara, do Supremo e do Congresso Nacional. O ex-chefe do Executivo é acusado de incitar as depredações por conta de postagem nas redes sociais. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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