O governo estima economizar R$ 327 bilhões até 2030 com o pacote de corte de gastos divulgado nesta quinta, que inclui trava para o crescimento do salário mínimo, redução de beneficiários do abono salarial, regras mais rígidas para o BPC e o Bolsa Família, além de combate aos super salários e mudança nas regras de aposentadoria e pensão de militares.
A maior economia em SEIS anos é com a mudança do mínimo: quase 110 bilhões – um terço do total do corte de gastos. O mínimo que hoje cresce com base na inflação e no PIB dos anos anteriores vai continuar assim, mas com limite de 2,5% acima da inflação.
Na prática, o valor em 2025 pode ser 6 reais menor se a regra mudar. Isso porque hoje o mínimo cresceria a inflação, além de 2,9% – crescimento do PIB em 2023. Mas, com o limite imposto pela nova regra, subiria até 2,5%.
Outra mudança vai restringir o pagamento do abono salarial, apenas a quem ganha até 2 mil 640 reais. Hoje, recebe o benefício quem ganha até dois salários mínimos – R$ 2.824. A proposta é que o valor seja corrigido pela inflação anualmente e se torne permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio – o que deve acontecer em 2035.
O governo também vai endurecer as regras do BPC e do Bolsa Família, com biometria e atualização obrigatória para cadastros desatualizados há mais de DOIS anos. Só essa medida deve gerar uma redução de despesas de DOIS bilhões e meio de reais. Para ter acesso ao BPC, o governo vai levar em conta a renda do companheiro, dos irmãos, filhos e enteados.
No Bolsa Família, estarão no foco as famílias unipessoais, com inscrição e atualização do cadastro feita em casa, obrigatoriamente.
O governo também incluiu na proposta o combate aos supersalários para limitar o que pode passar do teto constitucional, hoje em 44 mil reais. Só com a mudança nos benefícios dos militares, o governo projeta uma economia de 1 bilhão por ano.
Além da idade mínima para ir à reserva, a família dos militares perdem a pensão em caso de expulsão por mau comportamento. Acabam também as transferências de pensões. Para Haddad, uma contribuição significativa. (Foto: Reprodução)