Novo procurador-geral da República afirmou que tem muitos dados da CPI da Covid de 2021 para serem considerados. Ele também garantiu que a investigação de 8 de janeiro irá até as “últimas consequências”
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o Ministério Público Federal irá reanalisar os trabalhos da CPI da Covid no Senado de 2021, como foco especial para aquilo “que deixou de ser feito”. “Nós temos, inclusive, dados da CPI para serem avaliados, decisões do Supremo mandando para a Procuradoria, elementos, achados que foram feitos no Congresso durante esse período. Vamos reanalisar aquilo que for possível realizar ainda em termos de análise e de repercussão jurídica do que foi feito, e do que deixou de ser feito”, disse o PGR em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da Globo.
“Temos dados da CPI para serem avaliados, decisões do Supremo (Tribunal Federal) que envia para a Procuradoria os achados que foram feitos no Congresso durante esse período”, apontou o PGR. “Vamos reanalisar aquilo que for possível realizar ainda em termos de análise e de repercussão jurídica do que foi feito, e do que deixou de ser feito”, afirmou Gonet.
O relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) sugeriu 81 indiciamentos. A lista inclui o então presidente Jair Bolsonaro (PL) — que teve seu pedido arquivado pelo STF a pedido do Ministério Público (MP) —, além dos ex-ministros Eduardo Pazuello, Marcelo Queiroga e Onyx Lorenzoni. Sob a gestão do ex-PGR Augusto Aras, os pedidos de investigação fizeram pouco barulho no MP e duas apurações preliminares foram arquivadas pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo, a pedido da ex-vice-procuradora-geral Lindôra Araújo.
Golpe de 8 de janeiro
Gonet disse, ainda, que o MP levará as investigações sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 até as “últimas consequências”, e agirá sem prejulgamentos. “O propósito de todos os envolvidos na apuração desses fatos é de ir às últimas consequências. É como eu disse, atuar de modo republicano.”
“Quem tem o que explicar vai precisar explicar. Nós não vamos fazer prejulgamentos e dizer: ‘olha, você deve ter cometido isso. Então nós vamos punir’. Não. É atuar sempre de acordo com os parâmetros da Constituição, com respeito ao devido processo legal”, enfatizou.
(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)