O presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos deixarão mais uma vez o pacto climático de Paris, conforme informado pela Casa Branca nesta segunda-feira. Com isso, o país, que é o maior emissor de gases do efeito estufa, se retira pela segunda vez nos últimos dez anos dos esforços globais para enfrentar as mudanças climáticas.
Essa escolha posicionará os Estados Unidos junto ao Irã, à Líbia e ao Iêmen como os únicos países globalmente a não fazerem parte do acordo firmado em 2015, no qual as nações se comprometeram a restringir o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis que existiam antes da Revolução Industrial, a fim de mitigar os efeitos mais severos das alterações climáticas.
A comunicação, veiculada por um comunicado da residência oficial dos EUA, demonstra a descrença de Trump em relação às mudanças climáticas, que ele considera uma fraude. Essa posição se alinha com seu plano mais abrangente de remover restrições sobre os exploradores de petróleo e gás americanos para aumentar a produção.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, acredita que as cidades, os estados e as empresas norte-americanas “seguirão mostrando visão e liderança, empenhando-se no desenvolvimento econômico sustentável e de baixo carbono, o que gerará empregos de qualidade”, afirmou a porta-voz associada da ONU, Florencia Soto Nino, em uma declaração escrita.
“É essencial que os Estados Unidos mantenham sua posição de destaque em assuntos relacionados ao meio ambiente“, afirmou. “As iniciativas conjuntas do Acordo de Paris tiveram um impacto significativo, mas é crucial que avancemos de maneira mais intensa e acelerada em colaboração.”
Durante seu primeiro mandato, Trump também afastou os EUA do Acordo de Paris, mas essa medida demorou anos para ser concluída e foi prontamente revertida pela administração de Biden em 2021. A desfiliação, dessa vez, deve ocorrer de maneira mais rápida – em apenas um ano – uma vez que Trump não estará atrelado ao compromisso de três anos que fazia parte do tratado. (Foto: EPA / Ansa – Brasil)