Gleisi lamenta postura de bolsonaristas sobre o caso Marielle: ‘inimigos da democracia. Desejam a barbárie’

Presidente do PT saiu em defesa das deputadas de esquerda, alvos de ofensas e misoginia na Comissão de Direitos Humanos da Câmara

 

A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), lamentou nesta quinta-feira (14), que marca seis anos desde o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o comportamento machista dos parlamentares da extrema direita diante do episódio. Os radicais de extrema direita insultaram na quarta-feira (13) a ex-vereadora, assassinada em 2018, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

“O assassinato de Marielle Franco deveria ter unido todos nós, independentemente de posição política ou ideológica, para que fosse investigado e seu autor identificado e punido. Não foi o que vimos. Extremistas, que batem na mesa e zombam de sua morte, querem o contrário de um país civilizado, desejam a barbárie”, escreveu Gleisi, em seu perfil no X, antigo Twitter, nesta quinta-feira (14).

“Como sabemos, os ‘machões’ bolsonaristas adoram ofender mulheres. O que eles fizeram ontem na Câmara é um mais um absurdo dessa gente nojenta e sem educação”, completou.

A presidente do PT também declarou apoio à deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), alvo de xingamentos e ameaças durante a sessão da CDH, sobretudo do Delegado Éder Mauro (PL-PA), bolsonarista que já disse ter orgulho de ter “matado muita gente”. “Os extremistas que criaram confusão, antes de mais nada, são inimigos da democracia”, apontou Gleisi.

Gleisi ainda prestou solidariedade às famílias das vítimas. “Uma pessoa jamais pode ser executada por defender uma ideia. E nenhuma mulher deve ser silenciada! São seis anos sem respostas. Continuamos lutando para que esse crime seja solucionado. Por justiça. Por paz. Para que nunca mais aconteça! Toda minha e solidariedade à ministra Anielle Franco e sua família, bem como aos familiares de Anderson Gomes”.

O deputado Éder Mauro entrou na comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados fazendo provocações a deputadas de esquerda e gritando “Marielle acabou, porra! Não tem porra nenhuma aqui!”, enquanto batia na mesa e apontava o dedo. O parlamentar ainda disse que “feministas que defendem bandidos do Rio” não se posicionam a favor das mulheres estupradas membros do Hamas. “Mas se fosse Marielle Franco tenha certeza que elas estariam até hoje defendendo”, disparou.

Parlamentares de esquerda reagiram ao tumulto. “Você é um torturador, matador, torturador”, disse Talíria, se dirigindo a Éder Mauro. “Não adianta o deputado gritar, bater na mesa, constranger, intimidar para nos calar. Chamar Marielle de bandida, uma mãe, uma mulher negra, defensora dos Direitos Humanos e assassinada. Eu jamais me calarei, todas as vezes que tentarem desonrar Marielle”, completou.

O deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) também se pronunciou sobre os ataques à democracia: “Divergências e pluralidade de perspectivas são saudáveis e bem-vindas. Mas o projeto desses extremistas fere a própria democracia e transforma o ódio em política. É uma crise civilizatória, que glorifica a violência e o ódio e despreza a dignidade humana”, declarou, em suas redes sociais.

A presidente da comissão, deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), teve que encerrar a sessão diante dos ataques. “Hoje, a extrema-direita intolerante reproduziu a forma mais pura de Violência Política de Gênero na CDHMIR. Na véspera da data em que completamos 6 anos sem Marielle Franco, extremistas atacaram a memória dessa mulher que lutou bravamente contra a violência política de gênero, a extrema-direita misógina fez uma barbárie na CDHMIR! Marielle, presente!”, escreveu Daiana Santos através das redes sociais.

(Foto: Sérgio Lima/Poder360)

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