Gleisi critica indicação de Nikolas: ‘Um mal educado na Comissão de Educação’

Presidente do PT definiu como “irresponsabilidade” do PL a indicação do deputado, mas disse que a presidência do mineiro não atrapalhará o andamento de projetos do governo. Gleisi ainda criticou a eleição de Caroline De Toni para a CCJ

 

A presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffman (PR) criticou nesta quinta-feira (7) a indicação do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), classificada por ela como “mal educado”, para a presidência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. “Eu acho uma irresponsabilidade do PL indicar pessoas desse nível. Um mal educado para a comissão de educação. Isso depõe contra a Câmara, contra o PL, contra as instituições. Eu acho que o presidente da Casa tinha que ter tentado fazer isso [acordo]”, defendeu a petista em conversa com jornalistas.

Ainda pela manhã, Gleisi detonou a indicação pelo X, antigo Twitter. No mesmo post, ela ainda criticou a eleição da também bolsonarista Caroline De Toni (PL-SC) para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Sobre a escolha dos presidentes das comissões na Câmara, é preciso dizer que nada tem a ver com o governo. Lidamos com quem a população elege, levando em conta o tamanho das bancadas. Assim como o PT presidiu a CCJ no ano passado, sendo a 2ª maior bancada, a alternância mediante acordos tem que acontecer. Mas também é preciso dizer que o desfecho de ontem foi muito ruim. PL indicou gente radical demais, desrespeitosa para CCJ e mal-educada, como o deputado para presidir a comissão da Educação. Isso depõe contra a própria Câmara, infelizmente. É lamentável”, publicou Gleisi.

Segundo ela, tanto a presidência de Nicolas quanto a de De Toni não devem atrapalhar o andamento das pautas prioritárias do governo, já que as pautas de interesse do Planalto tramitam em regime de urgência e, portanto, não passam pelas comissões. “Os projetos principais do governo não têm tramitado pelas comissões. Aliás, nenhum deles. É só vocês analisarem que as comissões estão esvaziadas. Todos os projetos principais estão em regime de urgência para plenário. Nem a CCJ tem cumprido o seu papel de fazer uma análise mais profunda de projetos. O que tem ficado nas comissões são projetos que interessam mais aos deputados”.

Para Gleisi, os bolsonaristas que assumiram postos de comando nas comissões só vão ficar “fazendo discurso, convocação [de autoridades], bagunça, que é o que eles sabem fazer”. “O governo vai seguir, não vai depender do presidente da comissão de Educação, imagina, nem CCJ. Vai seguir a vida. O problema é que isso depõe contra a Casa, é isso que não se entendeu ali [na escolha], é ruim para a Câmara. O parlamento já tem uma avaliação negativa na sociedade, uma avaliação baixa, aí coloca pessoas nesse nível, dessa qualidade, que não têm não preparo, não tem estatura”.

(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

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