O ministro Gilmar Mendes, que ocupa a posição de decano no Supremo Tribunal Federal (STF), participou de uma entrevista com Guilherme Amado, do PlatôBR, onde avaliou a situação política atual do Brasil. Com mais de vinte anos de atuação significativa na política do país, ele destacou que os primeiros dois anos do terceiro mandato de Lula (PT) foram cruciais para ‘recuperar a civilidade na nação‘.
Depois do conturbado governo de Jair Bolsonaro (PL), Mendes considera o presente momento como uma fase de normalização nas interações entre os Poderes, representando um retorno à estabilidade institucional, algo que ele considera vital para o fortalecimento da democracia.
Gilmar Mendes fez diversos elogios ao presidente Lula, ressaltando a atitude institucional do petista como “exemplar” e insinuando que a possibilidade de uma reeleição do atual presidente é real. Mendes comentou que Lula está em boa saúde e tem demonstrado habilidade para recuperar o prestígio internacional do Brasil. “É evidente que o Brasil retornou com grande destaque ao cenário global, em parte devido a essa normalização institucional”, declarou o ministro, sublinhando a relevância da política externa adotada pelo governo.
A conversa também contemplou questões delicadas do panorama político, incluindo o futuro de Bolsonaro. Apesar de Mendes manter uma postura reservada em relação ao que aguarda Bolsonaro, ele respondeu a críticas direcionadas ao STF, justificando o papel da Corte em situações de crise.
O ministro ainda enfatizou a “postura extremamente cautelosa” de Lula na administração do período após 8 de janeiro de 2023, que foi marcado pela tentativa de golpe promovida por bolsonaristas.
A interação entre o governo atual e o Congresso também foi abordada. Segundo Gilmar Mendes, embora a formação de maiorias represente um desafio em diversas ocasiões, a administração tem conseguido sustentar um diálogo respeitoso com o poder legislativo.
Simultaneamente, o ministro ponderou sobre um aspecto em que o governo tem falhado. Segundo ele, é essencial que o Brasil crie estratégias mais eficientes para garantir que os militares não participem da política e para desvincular politicamente as forças de segurança. “Esses são pontos que acredito que o governo precisa abordar”, declarou, requisitando medidas mais efetivas nesse sentido. (Foto: Antonio Augusto/SCO/STF)