Cantor baiano de 82 anos não fará novas tunês, mas continuará a trabalhar, segundo sua assessoria
O cantor Gilberto Gil, 82 anos, anunciou a preparação de uma turnê que marcará a sua despedida definitiva dos palcos após mais de 60 anos de carreira. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do cantor neste sábado (29), para o jornal O Globo.
Segundo a informação, Gil fará uma grande turnê durante todo o ano que vem que deverá passar por, além do Brasil, vários países da Europa e também pelos Estados Unidos. Assim como Milton Nascimento, outra lenda brasileira que se despediu dos palcos em 2022, Gil seguirá nos estúdios para gravar novas músicas, mas não voltará aos palcos após a turnê de despedida.
Gil completou 82 anos na última quarta-feira (26) e recebeu homenagens de Caetano Veloso, Fernanda Torres, Djavan, Nando Reis, Regina Casé, Ivete Sangalo, Zeca Pagodinho e outros. Além de, claro, trazer mensagens dos familiares de Gil, como sua esposa, Flora, seus filhos e netos.
Caetano escreveu um texto para o amigo e o chamou de “o irmão espiritual que ganhei ainda no começo da minha vida tão carnal e terrena”. “Toda música que consigo produzir se deve a tê-lo encontrado em 1963”, acrescentou.
Carreira
Nascido na Bahia, Gilberto Gil iniciou sua carreira nos anos 1960 e rapidamente se tornou um dos principais expoentes do Tropicalismo e da nova MPB. Sua projeção nacional começou em 1965, quando participou de festivais de música que destacaram seu talento. Ele logo se destacou por sua habilidade em mesclar ritmos brasileiros com influências estrangeiras, de rock, funk, reggae e afro beat.
Em 1967, se consagrou em um desses festivais com a canção “Domingo no Parque”, quando se apresentou ao lado dos Mutantes e com arranjo de Rogério Duprat. No final de 1968, cerca de duas semanas após a promulgação do AI-5, ele e o amigo Caetano Veloso foram presos. Poucos meses depois, os dois foram convidados a saírem do país, quando iniciaram uma temporada em Londres.
Na volta do exílio, a partir de 1972, Gil lançou álbuns fundamentais como “Expresso 222”, “Refazenda”, “Refavela” entre outros, se firmando como um dos maiores nomes da música brasileira e mundial. As apresentações ao vivo sempre foram um marco na trajetória de Gilberto Gil, tanto pela longa duração quanto pela intensidade. O cantor baiano sempre primou por ser um grande artista no palco, incendiando multidões.
Essa diversidade musical lhe rendeu prêmios importantes, incluindo um Grammy e um Grammy Latino, consolidando sua importância como uma referência mundial.
Política
Além de sua carreira musical, Gilberto Gil teve uma atuação significativa na política cultural brasileira. Ele foi Ministro da Cultura nos dois primeiros mandatos do ex-presidente Lula, entre 2003 e 2008, e em 2021 tomou posse na cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras.
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