Genoino: “É preciso oxigenar e trazer o PT para as ruas”

Em evento promovido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru (SP), ex-deputado disse que “está em um movimento de reforma do PT”. “Quem ganhou essa eleição foi a direita e a extrema-direita”, afirmou

O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, participou nesta quarta-feira (30) do evento “Ciclo 60: Cicatrizes do golpe sob o olhar de um sobrevivente”, promovido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru, e apontou os caminhos para que a esquerda possa ter melhores resultados nas próximas eleições. O PT encerrou o segundo turno das eleições municipais deste ano, realizado no domingo (27), com prefeitos eleitos em 252 cidades. O resultado colocou o partido em nono lugar no ranking das siglas, liderado pelo PSD de Gilberto Kassab, que venceu em 887 municípios.

Genoino, afirmou que a “direita e extrema-direita” saíram como as vencedoras do pleito. Segundo ele, o PT precisa passar por uma reforma que recupere o engajamento da militância a fim de melhorar o desempenho da legenda nas próximas eleições. “Eu estou em um movimento pela reforma do PT”, disse. “Falo em reformar o PT, em oxigenar o PT, fazer plenárias, resgatar a militância, trazer o PT para as ruas, para os bairros, para a periferia e as comunidades, para que ele volte a ser esse instrumento que, inclusive, tem autonomia em relação ao governo”.

O petista ainda descreveu o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como politicamente abrangente, indicando que essa característica pode ter beneficiado setores da direita que apoiam a administração. “O governo Lula, por uma escolha política, é muito amplo e a direita que apoia o governo Lula se beneficiou nessa eleição. Quem ganhou essa eleição foi a direita e a extrema-direita”, afirmou.

Apesar do aumento no número de prefeituras sob administração do PT em comparação com eleições anteriores, o resultado ainda está abaixo do desempenho histórico do partido, que alcançou 648 prefeituras em 2012, durante o mandato de Dilma Rousseff (PT).

(Foto:  Caetano Barreira/EFE)

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