Henrique Acker (correspondente internacional) – Às vésperas da Conferência de Paz na Suíça, a reunião do G7 (Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão e Itália), que acontece na Itália, aprovou um pacote de ajuda à Ucrânia. São 50 bilhões de dólares, financiados com os juros dos ativos de empresas russas congelados desde o início da guerra em bancos do Ocidente. Os EUA e a Ucrânia assinaram ainda um acordo de segurança bilateral de dez anos.
Na Suíça, a pequena cidade de Burgenstock está preparada para a Conferência de Paz sobre a Ucrânia, que acontece neste final de semana (15 e 16 de junho). No entanto, sem a participação da Rússia – que não foi convidada – e sem apoio da China, a iniciativa não deve prosperar. O Brasil não enviará representantes.
Governantes de 90 países foram chamados a debater iniciativas para uma proposta que leve a um cessar-fogo e uma solução para a guerra, que já dura mais de dois anos e três meses.
Sem acordo
Na Itália, o Presidente dos EUA disse que o empréstimo aprovado pelo G7 é “outro lembrete ao presidente russo de que não vamos recuar”. Joe Biden reiterou que os países do G7 estarão “ao lado dos interesses da Ucrânia até que eles prevaleçam nesta guerra”. O Presidente Zelensky comemorou a ajuda ao seu país. “Hoje é um dia verdadeiramente histórico”.
A resposta de Vladimir Putin veio imediatamente. “Assim que Kiev (…) iniciar a retirada efetiva das tropas das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, e assim que notificar que está abandonando os planos de adesão à OTAN, daremos imediatamente a ordem para cessar-fogo e iniciar as negociações” de paz, garantiu o líder russo na manhã de 14 de junho.
Já o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, distribuiu comunicado à imprensa informando que seu país mantém comunicação com as partes relevantes, incluindo a Suíça e a Ucrânia, e “apela ao convite de todas as partes relevantes para participarem em igualdade de condições e discutirem todas as opções (para um acordo).”
Lula reitera compromisso com a paz
Questionado pelos jornalistas em, em Genebra, Suíça, onde esteve na quinta-feira, 13 de junho, para a 112ª Conferência Internacional do Trabalho, sobre a posição do governo brasileiro, o Presidente Lula foi taxativo em sua resposta.
“Tem que ter um acordo. Agora, se o Zelensky diz que não tem conversa com Putin, Putin diz que não tem conversa com Zelensky, é porque eles estão gostando da guerra.”
Sobre a recusa do governo brasileiro em participar da Conferência de Paz na Ucrânia, realizada em Burgenstock (Suíça), Lula esclareceu: “Eu tinha mandado carta para a presidenta (da Suíça) dizendo que o Brasil não ia participar de uma cúpula que só tem um lado. As guerras são feitas por duas nações. Se quiser encontrar paz, tem que colocar os dois em um ambiente de negociação”.
De Genebra Lula seguiu para a Itália, onde participou com convidado da reunião do G7.
Vidas perdidas e destruição
A última Avaliação dos Danos e das Necessidades da Ucrânia (dezembro/2023) refere que o custo total para a recuperação do país aumentou para 486 bilhões de dólares. O documento é publicado pelo governo da Ucrânia, Banco Mundial, Comissão Europeia e Nações Unidas.
Em agosto passado, o jornal New York Times, citando responsáveis norte-americanos, estimou as perdas militares em 70 mil mortos e entre 100 mil e 120 mil feridos no lado ucraniano, e 120 mil a 170 mil mortos e 170 mil a 180 mil feridos no lado russo.
Não há como quantificar ao certo o total de gastos com armas, equipamentos e munições na guerra da Ucrânia. Uma estimativa aproxima-se de um trilhão de euros os recursos gastos no conflito, entre investimentos russos, dos EUA e da União Europeia. (Fotos: Reprodução)
Por Henrique Acker (correspondente internacional)
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Fontes:
https://tass.com/politics/1803657
