A Polícia Federal comunicou ao Supremo Tribunal Federal que quatro cidadãos brasileiros, acusados de envolvimento nos eventos golpistas de 8 de janeiro, se evadiram para o Peru. As autoridades peruanas repassaram essas informações à PF por meio da Interpol. Um dos indivíduos entrou no país via Bolívia, enquanto os outros três chegaram pelo Chile.
Elas integram um conjunto de 61 cidadãos brasileiros que deixaram o Brasil rumo à Argentina para evitar responder a processos relacionados a crimes contra a democracia. As quatro pessoas enfrentam ações judiciais no Supremo Tribunal Federal (STF), que estão sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes. Em outubro, o magistrado havia solicitado a extradição dos brasileiros que estavam na Argentina.
De acordo com a comunicação da Polícia Federal, os quatro indivíduos adentraram o Peru em novembro deste ano. Após essa informação, é esperado que o Supremo Tribunal decida sobre a extradição deles, o que levará o governo brasileiro a iniciar negociações com o Peru para sua repatriação ao Brasil.
Entre os quatro foragidos, dois já tinham recebido penas: um foi sentenciado a 2 anos e 5 meses por associação criminosa e por incitar as Forças Armadas contra as instituições constitucionais, enquanto o outro recebeu uma pena de 13 anos e 6 meses por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa.
No mês de junho deste ano, o governo da Argentina encaminhou ao Brasil uma relação de aproximadamente 60 indivíduos que são alvo de mandados de prisão emitidos pela Justiça brasileira e que se encontravam fora do país. Em seguida, a Polícia Federal formulou um pedido de extradição, o qual foi aceito por Moraes.
Com a aprovação do sistema judiciário brasileiro, as negociações estão sendo realizadas pelos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores. Quando os pedidos forem recebidos, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina acionará a Justiça do país, que analisará a solicitação enviada pelo Brasil. O processo de extradição não possui um prazo definido para finalização e tende a ser longo.(Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo)