O coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Lincoln Gakiya, e o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, verdadeiramente eram os alvos priorizados do PCC
Ao contrário do alarde autoproclamado pelo próprio Sérgio Moro, este não era um alvo prioritário da facção, que passou a figurar na lista dos conhecidos pelos serviços de Inteligência da Segurança de São Paulo como um dos ameaçados somente no final de 2022.
Quem detalha essas informações é o promotor de São Paulo, Lincoln Gakiya (foto), que atualmente é o chefe do Gaeco do MP-SP.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Gakiya diz que tornou-se o alvo número 1 do PCC quando, em 2018, assinou os pedidos de transferência de membros da facção para presídios federais, como Marcola, o chefe do grupo.
Gakiya narra à reportagem do jornal paulista que as forças de segurança de São Paulo apreenderam uma carta, em dezembro de 2018, com a ordem da cúpula de matar o promotor.
Até então, a lista de ameaçados de morte pelo grupo era liderada por Ferreira Pinto, ex-secretário de Segurança Pública, que comandou atuações da Polícia Militar contra membros do PCC, de 2009 a 2012.
Mas outros políticos, incluindo o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, já passaram pela lista do PCC de ameaçados de morte.
Gakiya obteve provas de que a facção queria matar Geraldo Alckmin, então governador de São Paulo, pelo menos desde 2011 .
Já Sergio Moro, não se sabia que ele era um dos nomes ameaçados até o final do ano passado.
Foi em outubro de 2022, segundo a Folha, que o setor de inteligência das forças de segurança de São Paulo detectaram que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro era também uma das possíveis miras.
A partir daquele mês, o próprio ex-juiz soube que era alvo e obteve, desde então, a proteção de escolta policial.
Assim, não é novidade sequer para o agora senador pelo União Brasil de que ele era ameaçado.
E tampouco ele era a prioridade da facção criminosa, conforme indicou o setor de inteligência da Segurança e o promotor de Justiça. (Foto: Estadão)