Senador e filho do ex-presidente criticou o pastor por escancarar as divergências da extrema-direita, mas alegou que pretende ‘baixar a temperatura’ e reorganizar o grupo para o 2º turno entre Nunes e Boulos
O senador Flávio Bolsonaro (PL) respondeu Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, após o pastor romper com o seu pai, Jair Bolsonaro (PL), e acusá-lo de se omitir nas eleições de São Paulo por ter medo de ser derrotado por Pablo Marçal (PRTB). “Roupa suja se lava em casa. O Silas expôs intimidade das nossas conversas, e é esse tipo de atuação que encolhe o nosso campo”, disse Flávio em nota encaminhada ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Mais cedo, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o pastor acusou Bolsonaro de “covardia” e “omissão” durante as eleições municipais de São Paulo, particularmente pela falta de apoio contundente ao candidato Ricardo Nunes (MDB) e pela postura ambígua em relação ao empresário Pablo Marçal (PRTB). “Que porcaria de líder é esse?”, atacou, então, Silas.
Ainda na entrevista, Malafaia revelou momentos de bastidores, como quando o ex-presidente “chorou por cinco minutos” com medo de ser preso. O pastor também revelou que enviou mais de “30 mensagens duríssimas” para Bolsonaro, mas ficou sem resposta.
Na nota, o filho do ex-capitão defendeu a conduta do pai no pleito, afirmando que Bolsonaro “fez o que tinha de ser feito” para que Nunes vencesse a disputa. O político direcionou, então, o recado direto a Malafaia deque “roupa suja se lava em casa”, acusando o pastor de expor intimidades e ampliar o recente racha da extrema-direita.
Apesar da troca de farpas, Flávio Bolsonaro sinalizou que não pretende romper com o pastor. O momento, defende, é de baixar a temperatura e “distencionar” para que o grupo se reorganize para a disputa de segundo turno, travada entre Nunes e Guilherme Boulos (PSol). “Foram decisivos Tarcísio [de Freitas] e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol que não ganha só com atacantes. A fase agora é de distencionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema-esquerda em São Paulo”, disse. “2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos”, concluiu Flávio no comunicado.
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