Flávio Dino anuncia liberação de R$ 150 milhões para reforçar patrulhas em escolas e creches

Ministro da Justiça também afirmou que 50 policiais vão se dedicar ao monitoramento de ameaças na internet, a partir desta quinta-feira (6)

 

Após o Brasil enfrentar três ataques a escolas em menos de duas semanas, o governo federal decidiu criar um grupo de trabalho que desenvolverá uma política nacional de enfrentamento à violência no ambiente escolar. O grupo terá 90 dias para apresentar as suas propostas. O grupo de trabalho será coordenado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, com a participação também dos Ministérios da Justiça, Direitos Humanos e Secretaria-Geral da Presidência. A primeira reunião deverá acontecer já nesta sexta-feira (7), mesmo sendo o feriado da Semana Santa.

Em coletiva na tarde desta quarta-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, informou que serão destinados R$ 150 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para estados e municípios fortalecerem as rondas escolares. O governo também decidiu ampliar de 10 para 50 o número de agentes da Divisão de Operações Integradas (Diop) que monitora ameaças a ataques do tipo na deep web, uma camada mais profunda da internet.

Flávio Dino ressaltou a importância do trabalho integrado com a pasta sob o comando de Camilo Santana, ao ser questionado sobre a presença de seguranças armados em escolas. “Isso (GT) envolve múltiplos aspectos, inclusive as famílias, as comunidades escolares, estados e municípios e empresas privadas. Vejam que esse ataque de hoje, terrível, foi em uma escola privada, em que o governo não tem regulação. Agora, obviamente, nesse grupo que o ministro Camilo vai coordenar esse assunto (segurança armada nas escolas) vai ser debatido, mas não é uma decisão do governo federal exclusivamente. A parte que nos cabe é a segurança pública e a decisão do fortalecimento das rondas escolares”, argumentou o ministro da Justiça e Segurança Pública.

O grupo se reunirá emergencialmente na quinta-feira (6) e propostas e sugestões já existentes serão analisadas. “Vamos tentar construir protocolos e a partir das experiências e sugestões, porque isso é uma questão que envolve várias áreas da sociedade. Inclusive, envolve, fundamentalmente, a participação de estados e municípios, que são quem executam as políticas lá na ponta, não são os ministérios”, explicou Camilo Santana.

Tragédia em Blumenau

Por volta das 10h desta quarta-feira (5), um homem de 25 anos entrou na escola armado com um machado. Luiz Henrique de Lima teria entrado na escola pulando o muro e atacou as vítimas na cabeça. Ele se entregou à polícia logo após o ataque. Quatro crianças, entre 5 e 7 anos de idade, morreram no local. Segundo informações da polícia, eram três meninos e uma menina. Outras quatro foram feridas e pelo menos uma delas, está em estado crítico.

Outros casos

Ataques em escolas por todo o Brasil têm se tornado recorrentes. No início da semana passada, especificamente em 27 de março, um adolescente de 13 anos realizou um ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, resultando na morte de uma professora de 71 anos.

Um dia após o caso, um aluno de 15 anos tentou atacar colegas com golpes de faca, em 28 de março, na escola municipal Manoel Cícero, na Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O menor tentou esfaquear os colegas e foi contido por outros alunos e funcionários. (Foto: Divulgação)

 

Confira a coletiva de imprensa dos ministros após o anúncio da criação do Grupo de Trabalho que desenvolverá uma política nacional de enfrentamento à violência no ambiente escolar:

 

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