Ex-vereador que testemunhou no caso Marielle é assassinado a tiros no Rio

Ex-vereador e testemunha no caso Marielle  é assassinado no Rio

 

Informação foi confirmada na noite de segunda-feira (7) pelo Hospital Albert Schweitzer, para onde ele foi levado

 

O ex-vereador Jair Barbosa Tavares, conhecido como Zico Bacana foi baleado na cabeça em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro que faz parte de sua área de atuação, na tarde de segunda-feira (7), e morreu. Ele estava em uma loja, quando um veículo parou em frente ao local e um grupo de homens atirou contra ele. Segundo a Polícia Militar, além do ex-parlamentar, ainda foram baleados e mortos o irmão do ex-vereador, Jorge Barbosa Tavares, e uma terceira pessoa, ainda não identificada.

De acordo com o Hospital Municipal Albert Schweitzer, Zico Bacana, deu entrada já em óbito, às 17h50. Ele tinha 53 anos e chegou a ser investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das milícias, acusado de chefiar um dos grupos criminosos. Acusação que negou na época. Também foi ouvido como testemunha nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018.

Zico Bacana, que se identificava como paraquedista e policial militar, foi eleito vereador nas eleições de 2016, pelo PHS, ocupando o cargo entre 2017 e 2020. No último pleito, concorrendo pelo Podemos, ficou como suplente. Durante o mandato, ele também levou um tiro na cabeça, mas de raspão, enquanto estava em um bar, em 2020. Na ocasião, homens saltaram de dois carros e passaram a atirar contra Zico, que reagiu. Seguranças que estavam com ele também atiraram. Peritos encontraram 15 marcas de disparos no carro blindado de Zico, que estava estacionado a poucos metros do bar.

No chão do estabelecimento comercial, foram encontradas 35 cápsulas de munição. Dois homens foram mortos no tiroteio à época. Um deles era Davison Ferreira da Silva, o Da Roça, integrante do tráfico da favela Final Feliz, uma das que formam o Complexo do Chapadão, e teria participado do ataque.

Caso Marielle

Em 2008, antes de ser eleito, foi citado na CPI das Milícias como um dos chefes de grupos paramilitares que atuavam na região de Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, mas nunca foi sequer indiciado. Ele também prestou depoimento um mês após a morte de Marielle Franco. Na época, a DH investigava a presença de milicianos entre seus assessores. Zico e Marielle foram eleitos pela primeira vez em 2015 e ambos ocupavam gabinetes no sétimo andar da Casa na época do crime. Ele sempre negou qualquer relação com o crime.

“Queria que elucidassem esse caso o mais rapidamente possível, para mostrar o verdadeiro autor. Espero que descubram quem fez isso”, afirmou Zico Bacana ao sair da delegacia, à época, após 4 horas de depoimento.

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