Ex-diretora da UNE, Sarah Domingues, é assassinada em Porto Alegre

Sarah era uma liderança do movimento estudantil gaúcho. A jovem foi morta a tiros na Ilha das Flores, em Porto Alegre, enquanto fazia uma pesquisa de campo para o trabalho de conclusão de curso

 

Morreu, na terça-feira (23) a estudante e ex-diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), Sarah Domingues. A jovem de 28 anos fazia uma pesquisa de campo para o trabalho de conclusão de curso na Rua do Pescador, na Ilha das Flores, em Porto Alegre. Por volta das 19h30min, foi atingida por tiros disparados por homens que passaram em uma moto pelo local, e não resistiu. A Polícia Civil afirma que a aluna não tinha qualquer ligação com o crime.

Sarah estudava arquitetura e urbanismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No momento dos disparos, Sarah estava em frente a um mercado da região, com o crachá da universidade no pescoço, realizando registros para o trabalho. O alvo do atentado seria o proprietário do local, que também morreu. Câmeras de monitoramento atestam que o ataque foi cometido em 20 segundos. Foram disparados pelo menos 18 tiros de pistola calibre nove milímetros, de uso restrito. Os criminosos fugiram em uma moto.

O velório de Sarah será nesta quinta-feira (25), às 9h, na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design da Ufrgs, na Rua Sarmento Leite, 320. Na tarde desta quarta-feira (24) ocorreu um ato em memória da Sarah na Faculdade de Arquitetura da UFRGS. Em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE) lamentou o ocorrido. “Ela dedicou os melhores anos de sua vida na luta por uma educação de qualidade para todos”, disse a organização estudantil.

Isis Mustafa, 1ª vice-presidente da UNE, também lamentou a morte de Sarah e lembrou do legado da jovem. “A companheira Sarah tinha muito orgulho de vestir a camiseta azul da União Nacional dos Estudantes, construiu ativamente a diretoria da entidade por duas gestões seguidas. Do tipo que combatia com alegria, que amava o movimento estudantil, intransigente na luta contra todas as injustiças”, afirmou Isis.

Diversas outras notas foram divulgadas lamentando a morte prematura e destacando sua atuação política. Os textos prestam condolências a familiares e amigos da vítima, solicitando também a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis. O Levante Feminista contra o Feminicídio do RS afirmou que “não existe morte por engano quando as armas estão espalhadas e apontadas para as mulheres” e se soma a indignação e a tristeza pelo assassinato de Sarah. “Exigimos do Estado Brasileiro que recolha as armas, que garanta o direito a vida de nossas mulheres. Que seja feita justiça!”

Sarah era militante e dirigente da União da Juventude Rebelião (Ujr), sendo uma das principais lideranças estudantis de Porto Alegre. Ela também foi coordenadora do Movimento Correnteza, diretora da União Nacional dos Estudantes (Une), do Diretório Central dos Estudantes da Ufrgs, do Diretório Acadêmico da Arquitetura e membro do Conselho Universitário da Ufrgs. Também foi coordenadora da Casa de Referência Mulheres Mirabal, “dedicando sua vida a salvar a vida de outras mulheres e crianças”, conforme ressalta a nota da Mirabal.

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

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