O ex-comandante do Exército Freire Gomes irá depor à Polícia Federal, nesta sexta-feira,1, na investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado arquitetada, segundo investigadores, por Jair Bolsonaro, membros do seu governo e militares.
Integrantes das Forças Armadas relataram à coluna que a intenção de Freire Gomes é responder às perguntas e colaborar com as investigações. O general não é alvo do inquérito, mas militares alinhados a Jair Bolsonaro têm atuado para envolvê-lo no caso.
Segundo informou a coluna de Bela Megale, em O Globo, semana passada, o general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, investigado por ter concordado com o golpe, disse, à PF que participou de uma reunião com Bolsonaro, em dezembro de 2022, por ordem do comandante do Exército à época, Freire Gomes.
A PF aponta que, no encontro, discutiu-se a possibilidade de um golpe de Estado.
Esse deve ser um dos pontos explorados no depoimento desta sexta-feira, 1.
O ex-comandante também deve prestar explicações sobre a reunião que teve com Bolsonaro, na qual foram discutidos detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção.
O fato foi revelado pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid.
Segundo o próprio Cid, o único comandante das Forças Armadas que mostrou disposição em aderir ao golpe foi o almirante Almir Garnier, da Marinha.
Nos bastidores, militares bolsonaristas defendem a tese de que Freire Gomes se omitiu ou prevaricou, ao participar da reunião na qual se debateu a minuta de golpe. (Foto: Reprodução)