EUA, Japão e Chile se preparam para anunciado megaterremoto

Um grande terremoto pode ocorrer a qualquer instante na América do Norte, América do Sul e Ásia, segundo especialistas. Essa catástrofe resultaria em milhares de fatalities e perdas financeiras na casa dos bilhões.

O que ocorreu Sismólogos acompanham áreas nos Estados Unidos, Japão e Chile que apresentam risco geológico. Eles esclarecem que um terremoto ocorre devido ao acúmulo de estresse geológico gerado pelo movimento das placas tectônicas, que estão sempre se movendo para mais perto, se afastando ou deslizándose umas sobre as outras. Em determinado momento, essa tensão acumulada é liberada na forma de ondas sísmicas.

A Califórnia, localizada nos Estados Unidos, está se preparando para a possibilidade de um grande terremoto, conhecido como “Big One”, até o ano de 2030. De acordo com estimativas do United States Geological Survey (USGS), a probabilidade de um sismo com magnitude 7 ou maior ocorrer em regiões densamente povoadas como San Diego e Los Angeles, a segunda maior cidade do país, é de 70%.

A maior parte dos sismos ocorre em uma falha geológica, e a Califórnia abriga uma das mais significativas do planeta: a falha de San Andreas. Este sistema de falhas, com uma extensão de 1.300 km pelo estado, é amplamente pesquisado em função de seu potencial para gerar terremotos destrutivos. Ele delimita a fronteira entre as placas tectônicas do Pacífico e da América do Norte.

 

A cada 150 anos

Estudiosos manifestam inquietação em relação ao setor sul da falha de San Andreas. Esse local não tem apresentado tremores relevantes aproximadamente 300 anos, embora se espere que ocorram a cada 150 anos. Dessa forma, os especialistas suspeitam que a área está armazenando pressão. Até o momento, não tecnologia disponível para determinar uma data precisa para esses eventos.

“O Big One definitivamente ocorrerá“, declarou George Sand França, docente da USP. Devido à falha de San Andreas, a região sul da Califórnia registra milhares de tremores de terra menores anualmente, mas, conforme França, a energia que se dissipa de forma gradual não é capaz de prevenir o grande terremoto.

Embora não possamos fazer previsões precisas, temos conhecimento sobre as áreas que apresentam maior vulnerabilidade. Pesquisas indicam quais localidades estão muito tempo sem registrar atividade sísmica e acumulando pressão“, explica George Sand França, docente do Departamento de Geofísica da USP. 

Estudos sugerem que um grande terremoto, conhecido como “Big One”, poderia resultar na morte de aproximadamente 1.800 indivíduos e deixar mais de 50 mil feridos. Uma equipe de 30 pesquisadores analisou os potenciais impactos de um tremor de 7,8 de magnitude na região sul da Califórnia. Nesse contexto, eles também prevêem sérios danos a edificações, além de incêndios, deslizamentos de terra e prejuízos totais que podem ultrapassar US$ 200 bilhões (mais de R$ 1,1 trilhão).

O grau de devastação é analisado em relação ao abalo sísmico que atingiu São Francisco em 1906. Com uma magnitude de 7,8, o tremor teve uma duração aproximada de 60 segundos e foi percebido em estados vizinhos, como Oregon e Nevada. O epicentro foi na própria São Francisco, causando incêndios que devastaram a cidade.

 

País do Sol Nascente

O Japão emitiu um aviso sobre a possibilidade de um terremoto mais devastador do que o ocorrido em 2011. De acordo com estimativas recentes do governo, aproximadamente 300 mil indivíduos podem perder a vida em um megaterremoto que tenha seu epicentro na Fossa de Nankai, localizada no sul do país. Dentre esses, cerca de 215 mil mortes seriam causadas por tsunamis, enquanto outras 73 mil resultariam de desabamentos e 9 mil por incêndios.

A probabilidade de um megaterremoto acontecer nos próximos 30 anos é estimada em aproximadamente 80%. O Japão situa-se na região conhecida como “Círculo de Fogo”, que é caracterizada por intensa atividade sísmica e pela colisão de placas tectônicas. Em 2011, o terremoto mais devastador registrado no país resultou na morte de mais de 18 mil pessoas e forçou 150 mil indivíduos a abandonarem suas residências devido à explosão da usina nuclear de Fukushima.

 

Chile e Peru.

Pesquisadores também acompanham a parte norte do Chile. “A cada década, ocorre um evento significativo [neste local]”, declarou Felipe Leyton, sismólogo da Universidade do Chile. “Isso nos ajuda a avaliar a possibilidade de um forte terremoto, além de indicar que, a curto prazo, em relação a questões sísmicas e geológicas, estamos antecipando a ocorrência de um grande terremoto”.

Em 1960, o Chile vivenciou o terremoto mais intenso registrado, com uma magnitude de 9,5. Aproximadamente 1.655 vidas foram perdidas devido a esse abalo. O país é um dos mais impactados por terremotos, uma vez que está localizado na interseção de três placas tectônicas: Nazca, Sul-Americana e Antártica.

O Peru também se prepara para um possível terremoto catastrófico. No ano anterior, a área próxima à costa de Arequipa, no sul do país, experienciou um sismo de 7 de magnitude, mas as autoridades estão apreensivas quanto a um tremor que poderia gerar um alerta de tsunami em Lima, onde residem 10 milhões de habitantes. Espera-se que esse tremor tenha uma magnitude superior a 8,5, semelhante ao que ocorreu no Chile em 2010.

O país enfrenta um inquietante “silêncio sísmico”, conforme afirma o sismólogo Hernando Tavera, que é o diretor-executivo do IGP (Instituto Geofísico Peruano). O mais devastador terremoto registrado no território ocorreu em maio de 1970, com uma magnitude de 7,9, resultando em 67 mil mortes. O tremor teve duração de 45 segundos, mas desencadeou um tsunami com ondas de até dois metros, que submergiu o porto de Chimbote. A situação se tornou crítica quando uma parte da montanha nevosa Huascarán, a mais elevada do Peru, desmoronou sobre a cidade de Yungay. (Foto: Reuters)

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