Miguel Uribe, pré-candidato à presidência da Colômbia, foi vítima de um tiroteio na noite de sábado (7) em Bogotá, mas conseguiu passar com sucesso pela primeira cirurgia, conforme declarou o prefeito da cidade, Carlos Fernando Galán, neste domingo (8).
Neste domingo, o hospital declarou que a condição de Uribe, senador opositor ao governo atual e um dos principais candidatos na eleição colombiana, é crítica. O prognóstico é incerto.
“Ele chegou ao momento crucial da recuperação”, declarou Galán.
Uribe é neto de um antigo chefe de Estado e filho de uma jornalista que foi sequestrada e morta pelo Cartel de Medellín (veja mais informações abaixo). Durante um discurso em um evento na capital da Colômbia, ele foi alvejado por disparos (assista ao vídeo acima).
Os profissionais de saúde que prestaram assistência a Uribe relataram que o candidato sofreu impactos na cabeça e no joelho, sendo admitido na unidade hospitalar em uma condição “grave”.
Em nota divulgada na manhã de hoje, a instituição hospitalar informou que o paciente passou por cirurgias na cabeça e na coxa esquerda imediatamente após sua chegada, e, após os procedimentos, foi encaminhado para a unidade de terapia intensiva.
Em entrevista à mídia local, Maria Claudia Tarazona, esposa de Miguel Uribe, informou que a operação realizada em seu marido “foi bem-sucedida“, mas ressaltou que “cada momento é delicado“.
“Miguel passou pela cirurgia e conseguiu sobreviver. Cada hora é um momento decisivo. Ele enfrentou sua primeira luta e saiu-se bem”, comentou Tarazona. “Esse processo demandará tempo.”
A Fundação Santa Fé de Bogotá, o hospital onde o político recebeu atendimento, divulgou em comunicado que ele foi internado em “condição crítica” e passou por um “intervento neurocirúrgico e vascular periférico”. Até o momento da última atualização desta matéria, não havia relatos do hospital sobre a possibilidade de um novo procedimento.
Atentado
Fãs do senador e pré-candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe, que foi ferido a tiros durante um evento em Bogotá, realizam uma vigília em frente ao hospital onde ele recebeu atendimento, no dia 7 de junho de 2025. — Imagem: Luisa Gonzalez/Reuters
O incidente ocorreu em um evento eleitoral em um parque localizado no bairro Fontibón, em Bogotá.
Conforme um comunicado divulgado pelo Centro Democrático, partido de Uribe, indivíduos armados dispararam pelas costas do político. Fotos compartilhadas nas redes sociais revelam Uribe ensanguentado e recebendo auxílio de seus apoiadores.
A Procuradoria-Geral, encarregada de apurar o ataque, divulgou que o senador sofreu dois disparos e que mais duas pessoas foram feridas. Durante a ocorrência, um jovem de 15 anos foi detido com uma arma de fogo.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, determinou que sejam iniciadas investigações a respeito do ocorrido.
“Miguel está batalhando pela sua sobrevivência neste instante“, postou María Claudia Tarazona, a esposa do senador, na conta dele na rede social X, durante a madrugada.
Repudiando ataque
“A Administração Nacional expressa sua reprimenda de maneira clara e enfática em relação ao ataque recente direcionado ao Senador Miguel Uribe Turbay. Esse ato violento representa uma agressão não só à segurança pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de expressão e ao exercício legítimo da política no país“, afirma a nota divulgada no X.
“Uma ação de agressão inadmissível“, afirmou o partido Centro Democrático.
Em comunicado, o Itamaraty expressou seu pesar pelo ocorrido e afirmou que o governo brasileiro condena “todas as manifestações de violência”.
“O governo do Brasil expressa sua firme condenação ao ataque direcionado ao senador Miguel Uribe Turbay, ocorrido em Bogotá, Colômbia, na tarde de ontem (7). O Brasil aprecía a rápida prisão do suspeito realizada pelas autoridades colombianas e confia na investigação completa do incidente“, declarou o Itamaraty em sua nota.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, também repudiou o ataque: “Os Estados Unidos reprovam de maneira contundente a tentativa de homicídio contra o senador colombiano Miguel Uribe, que foi atingido a tiros em Bogotá neste sábado.“.
Ao longo dos últimos cinquenta anos, a Colômbia registrou três ataques mortais direcionados a candidatos à presidência. Em 1989, Luiz Carlos Galán, que concorria pelo Partido Liberal Colombiano, foi assassinado; em 1990, as vítimas foram Bernardo Jaramillo Ossa e Carlos Pizarro Leongómez, além das várias tentativas de homicídio contra o ex-presidente Álvaro Uribe. (Foto: Instagram/Reprodução)
