Estado apresenta em Brasília ações de controle do sarampo no Pará

Ao intensificar a imunização, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em conjunto com gestões municipais, conseguiu controlar o avanço do sarampo no Pará. O último caso da doença foi registrado em janeiro de 2022, no município de Afuá, no Arquipélago do Marajó.

O resultado desse trabalho foi um dos 13 relatos apresentados na Mostra da Gestão Estadual do SUS: experiências exitosas para a recuperação das coberturas vacinais, realizada na última quinta-feira (19), durante reunião conjunta das Câmaras Técnicas de Epidemiologia e de Comunicação em Saúde, na sede do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em Brasília (DF).

O objetivo do evento foi propiciar a troca de experiências entre as Secretarias Estaduais de Saúde e contribuir com o esforço para aumentar as coberturas vacinais no Brasil, considerando o complexo desafio de reconstruir o Programa Nacional de Imunização (PNI), alcançar as históricas coberturas vacinais, combater a desinformação e promover a saúde pública.

A Sespa esteve representada pela coordenadora estadual de Imunizações, Jaíra Ataíde, e pela técnica da Coordenação Estadual de Imunizações, Michelly de Souza, responsável pela apresentação da experiência paraense.

Segundo Jaíra Ataíde, as ações de combate ao sarampo começaram, em 2018, no Oeste do Pará, onde foram registrados os primeiros casos da doença, até então erradicada no Brasil. Em função desse novo cenário, o País acabou perdendo a certificação internacional de eliminação do sarampo, concedida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Casos

Só de casos confirmados laboratorialmente, o Pará registrou 139, em 2018, e 371, em 2019. Com a pandemia de Covid-19, em 2020, o número de casos pulou para 1.871. No entanto, graças ao trabalho permanente da Sespa e da rede de parceiros, em 2021 o número de casos caiu para 111. Finalmente, em 2022, o Pará teve apenas um caso confirmado de sarampo no município de Afuá. “Portanto, para o fim da circulação do vírus, sem dúvida foram fundamentais as ações de busca ativa de faltosos, bloqueio com vacinação de contatos de casos confirmados, campanha seletiva e vigilância nas fronteiras”, informou Jaíra Ataíde.

Todo o trabalho foi desenvolvido de forma integrada pelas áreas técnicas de Atenção Primária, Imunização e Vigilância Epidemiológica da Sespa, os13 Centros Regionais de Saúde e o Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), em conjunto com os 144 municípios paraenses, e apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

 

Ações

Foram necessárias ações estratégicas para conter o avanço do sarampo, uma vez que o Pará possui áreas de difícil acesso, tanto pelas diversidades geográficas e meteorológicas, quanto pelos vários modais de transporte, que são desafios para as equipes de saúde alcançarem populações mais distantes.

As principais ações realizadas nesses cinco anos foram o bloqueio vacinal (vacinação de contatos de casos confirmados e suspeitos até 72 horas); intensificação com vacinação seletiva em todos os locais por onde pacientes passaram no período de transmissibilidade da doença; varredura (ida de casa em casa para vacinar os não vacinados); campanhas seletivas; visitas técnicas periódicas e capacitações on-line e presenciais aos CRSs e municípios sobre aspectos relacionados à vacina, além da barreira sanitária em portos e aeroportos onde houve confirmação de casos, entre outras atividades. (Foto: Ag. Pará)

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