Estação Cultural de Icoaraci sedia III Festival do Cinema Negro

Aberto nesta sexta-feira (11), o III Festival do Cinema Negro “Zélia Amador de Deus” ocorre neste fim de semana, na Estação Cultural de Icoaraci (distrito de Belém), com entrada gratuita. A programação vai até domingo (13), a partir de 17 h. A iniciativa é do Cine Diáspora, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Preamar da Consciência Negra. Serão três sessões, com obras que retratam a vida na Amazônia.

Filmes que valorizam a cultura afro-amazônica revelam a contribuição de negros e negras para o desenvolvimento sociocultural da Amazônia.

A sessão de abertura abordou o tema “A força da idade”, com as obras “Zunzunzum”, produzida por Lu Peixe e Maré Cheia; “Marambiré”, de André dos Santos; “A história que fica”, de Gyselle Kolwask, e “Chorar”, de Juliana Sagóvia.

Conhecimento – A estudante Aline dos Santos esteve na programação e avaliou com muito interessante, pois aprofunda o conhecimento das pessoas sobre o tema do negro no País. “O nosso Brasil é composto de pessoas negras e não conhecemos muito dessa cultura. Eu queria muito conhecer mais”, disse.

O audiovisual é uma ferramenta muito importante para a salvaguarda da cultura negra, afirmou André dos Santos, quilombola paraense e diretor do filme “Marambiré”. A obra, lançada em 2017, contempla os cantos e danças do Quilombo Pacoval, tradicional cango-angolana em Alenquer, município do Oeste do Pará.

“Esse tipo de produção é importante pela salvaguarda. A maioria das manifestações culturais, sejam elas quilombolas, está na oralidade. Muitos dos mestres da cultura popular estão morrendo e levando consigo uma cultura muito grande, sem que ela seja transmitida. O audiovisual é importante (para que) a cultura negra seja retratada por negros e seja vista pelo maior número de pessoas”, informou.

Durante a programação também foi realizada a feira de artesanato da Associação dos Artesãos Natos da Ilha de Caratateua (Aanic), com oito estandes e diversos produtos, como peças de crochê, cadernos com papel reciclável, objetos de decoração e venda de comidas. A feira vai comercializar os produtos nos três dias de programação.

Presidente e artesã da Aanic, Selma Rocha disse que participar do evento é uma forma de divulgar o trabalho de todas que integram a Associação. “Queremos justamente essa oportunidade para mostrar nosso trabalho, porque tem muito trabalho bonito com madeira, EVA, papel, jornal, arte de crochê, tudo o que imaginar. Agora é aproveitar e mostrar nosso trabalho”, acrescentou Selma.

Mais atrações – O Festival do Cinema Negro continua neste sábado (12) com a sessão “Zélia Amador de Deus”, alusiva ao movimento negro, com as produções visuais: “Confluências”, de Avelino Regicida, e “O Abebé Ancestral”, de Paulo Ferreira.

No domingo (13), a última sessão apresentará a temática de “Narrativas imaginárias”, e exibirá “#Fetiço”, de Rosilene Cordeiro; “Patuá”, de Renaya Dorea; “Para as gerações que vieram antes de mim”, de Filipe Bretas Lucas; “Café com Rebu”, de Danny Barbosa, e “Na hora certa, no tempo certo”, de Diego Freitas.

Texto: Quezia Dias – Ascom/Secult

Relacionados

plugins premium WordPress