Profissionais de saúde discutem os perigos do consumo excessivo de energéticos para o bem-estar do coração.
O ator Rafael Zulu compartilhou recentemente que foi hospitalizado após ter uma fibrilação atrial causada pelo consumo excessivo de energéticos. Profissionais afirmam que, embora o uso dessa bebida seja frequente, ele pode ocasionar um aumento na frequência cardíaca e na pressão arterial.
A cada dia, as bebidas energéticas ganharam destaque como uma opção comum para indivíduos que desejam aumentar sua energia ao longo do dia, principalmente entre jovens e profissionais que lidam com extensas horas de trabalho. Contudo, o uso dessas bebidas suscita inquietações acerca de seus efeitos na saúde cardiovascular.
Energéticos na saúde do coração
O uso excessivo pode causar insônia, ansiedade e tremores, o que também afeta a saúde do coração. Pesquisas sugerem que o consumo abusivo de bebidas energéticas pode estar ligado a sérios problemas cardiovasculares, como ataques cardíacos e picos de pressão arterial, especialmente quando associado ao álcool ou em indivíduos com antecedentes de doenças cardíacas.
“O principal risco é que muitos consumidores não reconhecem os perigos, uma vez que os sinais iniciais podem ser discretos, mas a utilização prolongada pode sobrecarregar o coração”, adverte o cardiologista Marcelo Bergamo.
A situação se torna ainda mais preocupante para indivíduos que já têm condições de saúde prévias, como hipertensão e arritmias. Nessa circunstância, o médico recomenda que aqueles com doenças cardiovasculares evitem o consumo de energéticos, pois tais substâncias podem prejudicar ainda mais o funcionamento cardíaco.
Embora essa bebida seja bastante popular atualmente, é essencial consumir com moderação e prestar atenção aos sinais que o corpo emite. Bergamo enfatiza que a melhor abordagem é escolher opções naturais para aumentar a energia, como manter uma dieta equilibrada, garantir um sono reparador e praticar atividades físicas regularmente.
Segundo Bruno Valdigem, médico cardiologista e expert em arritmias do Einstein, Rede D’Or e Dante Pazzanese, “os termogênicos provocam irritação.”.
“Substâncias estimulantes, o consumo excessivo de café e bebidas energéticas criam um estresse no meio em que o coração opera e no sangue, resultando em uma irritação que faz com que a atividade elétrica do coração, responsável por regular seu ritmo, se torne irregular”, afirma Valdigem.
O especialista também mencionou que a fibrilação atrial pode ocorrer em diferentes situações. “Não é todo mundo que passa por estresse físico que apresenta fibrilação. Indivíduos com obesidade, apneia do sono, hipertensão severa e diabetes, além de histórico de doenças cardíacas, têm uma propensão maior a desenvolver fibrilação. Nesse cenário, um fator adicional pode ser o que falta para desencadear a condição.”.
Ademais, profissionais do esporte também estão suscetíveis a riscos: “é intrigante notar que atletas de elite apresentam uma probabilidade de desenvolver fibrilação atrial até cinco vezes maior do que a população em geral, devido ao intenso esforço físico e às adaptações que ocorrem com a prática regular de exercícios”, observa o cardiologista.
E há um limite para o consumo de bebidas energéticas que devemos respeitar para evitar riscos? “Não há uma quantidade segura de energético, pois isso varia de pessoa para pessoa”, afirma Valdigem.
Fibrilação arterial
Valdigem também aponta os principais sinais da fibrilação.
“Os sinais mais comuns incluem batimentos cardíacos acelerados, fadiga e, ocasionalmente, desconforto no peito. O principal perigo da fibrilação atrial que não recebe tratamento é que ela aumenta a probabilidade de formação de coágulos sanguíneos no coração, os quais podem se deslocar para o cérebro, resultando em um acidente vascular cerebral, ou provocar um infarto”, afirma.
O cardiologista finaliza descrevendo as precauções necessárias para o tratamento do paciente que apresenta essa condição.
“Ao reconhecer a fibrilação atrial, o primeiro passo é descartar possíveis causas que a tenham desencadeado, conforme discutido anteriormente. Em seguida, é necessário avaliar o risco de acidente vascular cerebral, utilizando calculadoras específicas para essa finalidade. Por fim, deve-se decidir entre o tratamento com medicamentos ou a realização de um procedimento conhecido como ablação por cateter”, orienta o especialista.
A cada dia, as bebidas energéticas ganharam destaque como uma opção comum para indivíduos que desejam aumentar sua energia ao longo do dia, principalmente entre jovens e profissionais que lidam com extensas horas de trabalho. Contudo, o uso dessas bebidas suscita inquietações acerca de seus efeitos na saúde cardiovascular. (Foto: Reprodução)