Enem 2023 registra 28,1% de abstenção. Relação é próxima à do ano passado

Neste primeiro dia, 4.293 candidatos foram eliminados e 905 afetados por problemas logísticos

 

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, na noite deste domingo (5), o balanço do primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. De acordo com dados da pasta, divulgados pelo ministro Camilo Santana, 28,1% dos inscritos se ausentaram no primeiro dia, média que ficou próxima ao do ano passado. Em 2023, 3.939.242 inscrições foram confirmadas, 13,1% a mais do que em 2022.

Camilo celebrou que o governo conseguiu conter a queda no número de participantes nos anos anteriores. Dos alunos que foram fazer a prova, 4.293 foram eliminados por usarem equipamentos eletrônicos, uso de materiais impressos, não seguir orientações dos fiscais ou por saírem do local antes do horário mínimo, duas horas após o início do exame. Outros 905 estudantes foram afetados por problemas logísticos e não puderam fazer a prova. O ministério frisou, porém, que os dados são parciais e podem mudar. Foram apuradas, até as 20h de hoje, 98,3% das informações.

“Foi um ano em que a gente conseguiu reverter um pouco a tendência que era decrescente das inscrições do Enem. Cerca de 500 mil a mais do que em 2022. É o esforço que o governo tem feito para retomar que os jovens realizem o Enem, e o sonho de entrar em uma universidade”, declarou o ministro.

Amazonas teve a maior taxa de abstenção: 44%. O Acre vem em segundo, com 33%. Camilo destacou que, em São Paulo, onde havia preocupação com os efeitos das chuvas e da interrupção do fornecimento de energia elétrica, teve uma abstenção abaixo da média nacional, de 26,8%. “Todas as escolas de São Paulo tiveram a aplicação da prova”, frisou o ministro, citando que o Ministério de Minas e Energia atuou para garantir o fornecimento de energia nos locais de aplicação.

Além de Camilo, participou também da coletiva o presidente do Inep, Manuel Palacios. Questionado sobre a manutenção do índice de abstenção em relação ao ano passado, Palacios destacou o aumento no número de inscrições. ” Houve um aumento no número de pessoas que se inscreveram. O percentual de abstenção se manteve, mas há muito mais jovens fazendo o Enem”, disse Manuel Palácios. A aplicação do Enem envolveu 1.750 municípios, com 9.396 locais de prova, 1.086 coordenadores e 132.413 salas de aplicação.

PF realiza diligências por fotos divulgadas

O ministro Camilo Santana, afirmou ainda que a Polícia Federal (PF) já fez duas diligências para identificar a origem da divulgação antecipada dos cadernos do Enem deste ano. Uma delas em Pernambuco e a outra no Distrito Federal. Segundo ele, o vazamento ocorreu após o fechamento dos portões do locais das provas, o que não prejudicou a realização do teste. Ainda na tarde deste domingo (5), o Inep acionou a Polícia Federal para investigar a imagem de uma prova do exame que circula nas redes sociais. A imagem mostra a página do tema da redação, com os respectivos textos motivacionais. De acordo com o Inep, a informação inicial é de que as imagens passaram a circular depois do início da aplicação.

“A circulação dessas imagens ocorreram após início das provas, portões fechados. A PF já está investigando os fatos, inclusive fizeram duas diligências, uma em Pernambuco, onde um proprietário de um conteúdo digital divulgou a imagem, e outra aqui no Distrito Federal. Conversei com o ministro Flávio Dino (da Justiça) e com o superintendente da PF”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana. “A polícia está engajada em fazer toda a investigação e poderá fazer outras diligências nas próximas horas para a gente identificar essa divulgação dessas fotos após o início da aplicação das provas”, completou.

Segundo o presidente do Inep, Manuel Palácios, a divulgação das questões só aconteceram após o horário de início das provas, descartando um vazamento antecipado que pudesse dar vantagem a algum estudante. “A partir de 13h os locais de aplicação são fechados. As imagens circularam após o início da aplicação. Constitui um delito e deve ser apurado”, afirmou Palácios. O presidente do Inep afirmou ainda que não há possibilidade de as fotos terem sido feitas por servidores do órgão. “A PF iniciou o procedimento de apuração. Não há a menor dúvida de que essas imagens passaram a circular depois do fechamento das portas. Não há nenhuma possibilidade (de o vazamento ter sido feito por) servidor do Inep porque eles não tiveram acesso às provas.”

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