São três mandatos de busca e apreensão em endereços do senador, incluindo o seu gabinete no Congresso Nacional. Redes sociais do parlamentar também foram suspensas.
A Polícia Federal cumpre, na tarde desta quinta-feira (15), três mandados de busca e apreensão em endereços do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Os investigadores foram ao apartamento funcional do parlamentar na capital federal e na casa dele, no Espírito Santo, além do seu gabinete no Congresso Nacional. De acordo com informações obtidas pelo Opinião em Pauta junto a fontes ligadas à investigação, a ordem foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As buscas ocorrem no âmbito do inquérito sobre os atos antidemocráticos.
As diligências da PF desta quinta coletam documentos, aparelhos eletrônicos e arquivos digitais do senador. A decisão que permite a realização das buscas está em sigilo. As redes sociais do senador (Twitter, Instagram e Facebook) também foram bloqueadas por determinação do magistrado. Procurado, o senador não respondeu aos contatos da coluna. Ironicamente, a ação policial acontece no dia em que o parlamentar faz 52 anos.
Marcos do Val também é investigado por ataques que fez a Moraes nesses canais, além de ofensas a integrantes do governo federal. Ao acessar o perfil de do Val no Twitter, o site informa que a conta foi retida em resposta a uma demanda judicial. Facebook e Instagram dizem que a página não está disponível.
Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques terroristas de 8 de janeiro, o senador também apresentou um requerimento para convocar Alexandre de Moraes a depor, no início do mês. Em sessão do colegiado, o parlamentar alegou que o magistrado o incluiu no inquérito “para me calar” e defendeu que o ministro do STF sabia com antecedência dos ataques antidemocráticos.
Golpe
A ação da PF Também tem relação com a abertura do inquérito determinado por Moraes sobre os relatos de Do Val referentes à suposta articulação de um golpe, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar trocou de versão ao menos seis vezes sobre o episódio. Uma das suspeitas é que ele teria cometido obstrução de Justiça. Marcos do Val prestou depoimento aos policiais em fevereiro sobre o caso e agora terá que falar de novo à PF por ordem do Supremo.
No início do ano, o senador afirmou que teria participado de uma reunião golpista com Bolsonaro e Daniel Silveira para tentar gravar de maneira escondida o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo era forçar o magistrado a falar algo que poderia ser usado como uma espécie de admissão de alguma irregularidade no processo eleitoral e, com isso, evitar a posse de Lula. Outro objetivo seria afastar Moraes de inquéritos conduzidos pelo ministro no STF. (Foto: Pedro França/ Agência Senado)