Em Portugal, Lula reafirma compromisso do Brasil com a paz

Portugal (Por Henrique Acker – Correspondente na Europa) – “Em vez de escolher um lado, o Brasil quer uma terceira via, que é a paz”. Foi assim que o Presidente Lula definiu a posição de seu governo sobre a guerra na Ucrânia, na primeira  declaração à imprensa ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de Portugal. E arrematou: “Nunca igualei o papel da Rússia ao da Ucrânia, porque sei o que é uma invasão e o que representa a integridade territorial de um país”.

Lula lembrou aos jornalistas que o Brasil votou na ONU, junto com Portugal, pela condenação da invasão russa. Perguntado se iria à Ucrânia, o Presidente brasileiro respondeu que não irá aos dois países enquanto não houver a possibilidade de efetivamente existir um clima de construção de paz, para discutir uma saída negociada do conflito. “Se você não fala em paz você contribui para a guerra”.

Lula aproveitou para destacar a importância do avanço das relações comerciais entre Brasil e Portugal. O Presidente do Brasil considera que a partir da retomada de negociações e acordos bilaterais será possível dobrar o volume do comércio exterior.

Lula ressaltou que assim como os portugueses migraram em massa para o Brasil em tempos passados, os brasileiros descobriram Portugal no século XXI. “Não são só os brasileiros pobres, que vêm aqui para trabalhar. Tem gente de classe média, profissionais liberais, ainda mais agora com o mundo digitalizado, isso ficou mais fácil”.

Durante a conferência de imprensa com o Presidente de Portugal, Lula chamou a atenção para a necessidade de defesa da democracia, ameaçada pelo extremismo e ódio, alimentados por notícias falsas difundidas pela Internet.

O Presidente brasileiro destacou ainda o compromisso de seu governo com a questão ambiental. “Seremos implacáveis contra o garimpo e os que ameaçam os povos indígenas”, disse. Mas alertou para a fragilidade de resoluções de encontros internacionais que não são cumpridas, como as que foram aprovadas em Copenhagen, nos acordos de Paris e no Protocolo de Kioto.

De sua parte, o Presidente português reafirmou a posição de seu país quanto à guerra na Ucrânia, que está alicerçada nas resoluções da ONU, que determinam a retirada das tropas russas como condição para uma negociação e uma solução duradoura para o conflito.

 

Texto e fotos:  Henrique Acker  (Correspondente na Europa)

 

 

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