Em decisão histórica, Papa permite que mulheres votem na Assembleia de Bispos

Movimento inédito pode abrir caminho para maior inclusão feminina nas decisões internas da Igreja Católica

 

O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (27) uma decisão sem precedentes na história da Igreja Católica: as mulheres terão direito a voto no próximo Sínodo dos Bispos, a reunião em que bispos de todo o mundo debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.

O movimento expressa o desejo do papa Francisco de conferir mais espaço às mulheres dentro da instituição milenar. A reunião está marcada para outubro na Cidade do Vaticano.

Essa é a primeira vez que tanto as mulheres quanto os leigos não consagrados que participam poderão votar em um sínodo, um direito que era reservado ao clero e que as mulheres reivindicam há muito tempo. O documento divulgado pela Santa Sé indica que, “além dos bispos, arcebispos e outros religiosos eleitos pelas conferências episcopais, poderão votar outros 70 membros (…) que representam os demais fiéis do povo de Deus”.

Desses 70 membros, 50% serão mulheres, incluindo as jovens. “Ao identificá-los, será necessário levar em conta não somente a cultura geral e a prudência, mas também os conhecimentos, tanto teóricos quanto práticos, assim como a participação, segundo a sua capacidade, no processo sinodal”, especifica o documento.

Viagem polêmica

Francisco inicia nesta sexta-feira (28) uma viagem apostólica de três dias à Hungria, onde será recebido pelo premiê de extrema direita Viktor Orbán. Ambos deverão conversar sobre a guerra na Ucrânia e a política anti-imigração, condenada pelo Vaticano.

O pontífice e o líder ultranacionalista têm visões antagônicas sobre vários assuntos. Calvinista convicto, o primeiro-ministro húngaro defende uma “Europa cristã” e livre de migrantes muçulmanos. Por sua vez, Francisco pede uma distribuição mais equitativa, entre os países da União Europeia, de todos os que fogem das guerras e da fome.

Por outro lado, Orbán quis manter os laços com Moscou e se abstém de criticar o presidente russo Vladimir Putin, além de se recusar a enviar armas para a Ucrânia. (Foto: Divulgação)

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