Em compasso de espera

Henrique Acker (correspondente internacional)  – Semana com poucas novidades no cenário internacional. As negociações para uma solução do conflito no Oriente Médio continuam, mas sem grande expectativa. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (foto acima), pretende convencer o governo egípcio da nova proposta que costurou com Netanyahu.

Ao contrário de propor um cessar-fogo permanente, com a troca de prisioneiros e a saída das tropas de Israel de Gaza, a ideia é manter o controle militar do território pelas IDF e ceder o comando da passagem da fronteira entre Gaza e o Egito aos israelenses, em troca de um cessar-fogo provisório.

O Hamas já avisou que não aceita a nova proposta e o governo do Egito dificilmente vai ceder a passagem de Rafah a Israel. O Catar também não vê com bons olhos o que foi acordado entre EUA e Israel. Sendo assim, provavelmente não haverá mudança no cenário de massacre em Gaza, que já ultrapassa o número assustador de 40 mil mortos.

 

Fachada do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (Foto: TSJ Venezuela/Reprodução)

 

Perícia das atas eleitorais na Venezuela

Na Venezuela, entre manifestações da oposição de extrema-direita e de apoio ao governo, o Tribunal Superior de Justiça (TSJ) segue fazendo a conferência entre os boletins eleitorais e as urnas eletrônicas. São milhares de máquinas e papéis a serem analisados, num trabalho que deve demandar alguns dias.

Até agora só a coligação que apoia Edmundo Gonzalez não compareceu ao Tribunal ou encaminhou as cópias das atas eleitorais que se encontram em sua posse para conferência. Os demais partidos já entregaram o material à Justiça. As imagens do trabalho do TSJ – que está sendo acompanhado por peritos – podem ser vistas aqui e aqui.

 

Captura de vídeo fornecido pelo Ministério da Defesa russo sobre o envio de tropas russas para a região de Kursk, face à incursão ucraniana. (Foto: EFE/EPA/Ministério da Defesa da Rússia)

 

Jogo de paciência na guerra da Ucrânia

No Leste Europeu as tropas ucranianas seguem ocupando parte do território de fronteira com a Rússia, na região de Kursk. O objetivo de tomar as instalações nucleares parece descartado, mas a incursão inimiga cria um incômodo para Vladimir Putin.

Os exércitos russos seguem com o jogo de paciência em toda a região do Donbass, apostando num desgaste das tropas ucranianas.

Parece cada vez mais claro que o objetivo de Volodomir Zelensky é criar dificuldades ao invasor, para conseguir uma negociação de paz que não seja humilhante para as pretensões ucranianas.

 

O abraço final do presidente americano Joe Biden em Kamala Harris, após o término de seu discurso, no primeiro dia da Convenção Nacional do partido Democrata, em Chicago, nesta segunda-feira, 19 de agosto de 2024. (Foto: REUTERS – Mike Segar)

 

Show democrata para Kamala Harris

E nos EUA a semana está marcada pela convenção nacional do Partido Democrata, que vai referendar a chapa Kamala Harris / Tim Walz para a eleição presidencial de novembro. O show democrata contará com os medalhões do partido, como o casal Clinton, Barak Obama e o Presidente Joe Biden.

As pesquisas eleitorais mais recentes indicam uma reação dos democratas e um resultado imprevisível, mesmo nos sete estados decisivos para a eleição.

O esforço de Antony Blinken para um acordo em torno de um cessar-fogo no Oriente Médio, mesmo que provisório, é uma cartada dos democratas para fechar a gestão de Joe Biden com alguma margem de credibilidade, principalmente entre o eleitorado jovem, indignado com o massacre em Gaza.

 

Por Henrique Acker (correspondente internacional)

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