Em 6 meses, 709 mil beneficiários do INSS tiveram descontos indevidos

Uma pesquisa realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que 709.542 pessoas que recebem benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) solicitaram a remoção de descontos de associações não autorizados no primeiro semestre de 2024.

A quantia corresponde a aproximadamente 95,6% do total de pedidos de cancelamento desse tipo de desconto realizados entre janeiro e junho de 2024.

As informações reúnem cifras referentes a 31 associações e sindicatos.

A pesquisa foi realizada com base em pedidos registrados por meio de vários canais de atendimento do INSS e está incluída em um relatório apresentado pela CGU em setembro do ano anterior.

De acordo com a entidade, a fiscalização foi conduzida com a finalidade de “analisar a adequação dos descontos referentes às mensalidades associativas aplicados nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS”.

Um total de 1.273 beneficiários que tinham descontos referentes a mensalidades de associações retidos em suas folhas de pagamento do INSS foram entrevistados em todos os 26 estados do Brasil e no Distrito Federal.

Na pesquisa, 97,6% dos aposentados e pensionistas relataram que não deram permissão para o desconto, enquanto 95,9% disseram que não estão associados a nenhuma entidade um fato que, de acordo com a CGU, sugere a possibilidade de deduções indevidas.

Conforme a controladoria, os entrevistados também apontaram dificuldades para reconhecer o desconto ou para pedir seu cancelamento.

O relatório foi utilizado como fundamento para a ação da Polícia Federal (PF) na apuração de um esquema fraudulento que envolvia bilhões em descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A ação foi iniciada na quarta-feira passada (23) e resultou na destituição do ex-presidente da instituição, Alessandro Stefanutto. (Foto: Reprodução)

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