O nome do chip implantado se chama Telepathy (telepatia, em tradução para o português). Musk diz que quer ajudar a tratar condições neurológicas complexas
A Neuralink, empresa do bilionário Elon Musk, realizou, no domingo (28), o primeiro implante de um chip cerebral em um humano. Os resultados iniciais detectaram picos de neurônios ou impulsos nervosos. O paciente está se recuperando bem, disse Musk. A notícia foi compartilhada pelo empresário na noite de segunda-feira (29), na qual acrescentou que os primeiros resultados foram promissores. “O primeiro humano recebeu ontem um implante da Neuralink e está se recuperando bem. Os resultados iniciais mostram uma detecção promissora de picos de neurônios”, disse.
O objetivo da empresa é conectar cérebros humanos a computadores. Musk disse que quer ajudar a tratar condições neurológicas complexas. Para isso, os primeiros usuários do chip serão pessoas que perderam a funcionalidade de algum membro do corpo humano, como tetraplégicos. “Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um digitador rápido ou um leiloeiro. Esse é o objeto”, pontuou o empresário.
Outras empresas rivais já implantaram dispositivos semelhantes. A Neuralink recebeu autorização da agência de Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, em inglês) para testar os implantes em seres humanos em maio do ano passado. Isso abriu caminho para o início do estudo de seis anos em que um robô está sendo usado para colocar cirurgicamente 64 fios flexíveis — mais finos que um fio de cabelo humano — em uma parte do cérebro que controla a “intenção de movimento”, de acordo com a Neuralink.
Desde então, Musk tem recrutado voluntários para receber a funcionalidade. O nome do chip implantado se chama Telepathy (telepatia, em tradução para o português). De acordo com o empresário, com o chip a pessoa poderá controlar o telefone ou o computador apenas pelo pensamento. O dispositivo é do tamanho de uma moeda e é colocado por meio de uma cirurgia invasiva, isso porque é necessário que ele seja implantado em uma região do cérebro responsável por controlar os movimentos.
A empresa utiliza um robô para o implante do chip, chamado também de Interface Cérebro-Computador. A ideia, agora, é saber a segurança do procedimento. Antes de humanos, os chips foram testados em primatas e, em vídeos compartilhados pela Neuralink, é possível observar os animais movimentando um curso de um computador com o pensamento.
Para a comunidade científica, a ideia de Musk não é novidade. Há uma série de estudos que implantaram dispositivos no cérebro para auxiliar os pacientes a voltarem a andar, por exemplo. Para os cientistas, a novidade de Musk é querer lançar o dispositivo para o mercado de massa, para qualquer pessoa que tenha perdido os movimentos e voltar a ganhar autonomia.
Entretanto, há uma preocupação ética para proteger os humanos para como os dispositivos serão usados e o potencial malicioso da invenção. Grupos de direitos humanos pedem que as empresas do ramo criem códigos de ética até que uma legislação sobre inteligência artificial seja implementada e abarque todos esses casos.
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