Eleição no Reino Unido: Trabalhistas podem conquistar maioria absoluta no parlamento

Keir Starmer (líder trabalhista) enfrenta o atual primeiro-ministro Rishi Sunak (conservador)

 

Henrique Acker (correspondente internacional) – Pressionado dentro de seu próprio partido, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, convocou eleições gerais antecipadas para 4 de julho. Um dos principais motivos para essa decisão, segundo analistas políticos, foram os recentes dados positivos da economia.

Houve ligeira desaceleração da inflação, o que não deve se repetir no segundo semestre. Os aliados entenderam que Sunak precisava correr contra o tempo para não haver chance dos resultados piorarem, com consequências negativas para o Partido Conservador.

A julgar pelo que ocorreu na França e pelas pesquisas eleitorais, a tática de antecipar as eleições parlamentares no Reino Unido pode levar a uma derrota retumbante dos conservadores, que estão há 14 anos no governo.

 

Eleição em um só turno

Uma enquete feita pela Redfield & Wilton Strategies com 20 mil eleitores, divulgada em 2 de julho pelo jornal The Guardian, aponta o Partido Trabalhista com 41% das preferências de votos. Os conservadores chegariam a 22%, seguidos do Partido Reformista (extrema-direita) com 16%, enquanto os liberais democratas ficariam com 10%.

A eleição acontece em turno único. O Reino Unido, composto por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, é dividido em 650 circunscrições eleitorais parlamentares. Pelo sistema eleitoral britânico, mesmo que não alcance mais de 50% dos votos, um partido pode eleger a maioria dos deputados.

Se algum partido eleger 326 deputados, forma governo e indica o primeiro-ministro. Caso isso não ocorra, o governo pode ser resultado de uma coligação de partidos representados no parlamento.

 

 Parlamento britânico (Foto: Reprodução)

 

Efeitos do Brexit

Os produtores de alimentos do Reino Unido estão sujeitos a controles fronteiriços completos sobre os produtos que entram na União Europeia (UE) desde janeiro de 2021, quando a Grã-Bretanha saiu do mercado interno e da união aduaneira da UE.

Desde lá, o país acumulou custos para as empresas, o que teve repercussão na inflação, pesou para o comércio e, consequentemente, afetou negativamente o crescimento econômico.

Além de serem responsabilizados por 14 anos de insucessos econômicos e sociais, os conservadores ainda enfrentam um escândalo recente de corrupção. Assessores diretos e até um segurança do primeiro-ministro são acusados de favorecimento ilegal nas bolsas de apostas britânicas, já que sabiam com antecedência a data que Sunak definiria para as eleições (4 de julho).

 

Oposição, mas nem tanto

As perspectivas de um governo dos trabalhistas também não são animadoras. Seu líder, Keir Starmer, demarcou-se do tom mais à esquerda do seu antecessor (Jeremy Corbyn), apresentando-se com uma postura mais conciliatória, o que indica que não deverá mudar radicalmente as políticas públicas.

O programa dos trabalhistas prevê aumentos de impostos para empresas e escolas particulares, além de medidas para a melhoria dos serviços públicos. Mas os trabalhistas já anunciaram que também pretendem reduzir a imigração.

Já Nigel Farage, líder da extrema-direita (Reform) promete aproveitar as oportunidades abertas com o Brexit. Farage quer terminar com o que considera a imigração excessiva, aumentar salários, reduzir os custos da energia, acabar com as listas de espera no serviço nacional de saúde e cortar a despesa em todos os serviços públicos, excepto na cobrança de impostos. (Legenda da foto principal: Keir Starmer (líder trabalhista) enfrenta o atual primeiro-ministro Rishi Sunak (conservador) – crédito das fotos: Reprodução)

 

Por Henrique Acker (correspondente internacional)

 

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Fontes:

Portal ECO (Portugal)

Exame

The Guardian

CNN Brasil

BBC News

 

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