‘É uma investigação de altíssima relevância’, alerta Dino sobre espionagem da Abin

Monitoramento ilegal pode ter atingido também relações sociais e empresariais, segundo o ministro da Justiça

 

 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nesta quinta-feira (25) que invasão de privacidade e espionagem política não podem ser “banalizadas” e que elas podem ter ultrapassado a esfera da política, atingindo possivelmente também as relações sociais e comerciais. Por isso, as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) são de “altíssima importância”, frisou.

“O Brasil vive a plenitude democrática e por isso mesmo não pode ser banalizada uma invasão de privacidade, uma espionagem política como se fosse algo próprio da política. Não, não é. A política não abrange o uso de ilegalidades dessa natureza. E mais, lembro, nós temos relações sociais, empresariais que podem também ter sido atingidas por esses mecanismos. Sem dúvidas, me parece uma investigação de altíssima importância”, declarou o ministro a jornalistas em coletiva de imprensa, na sede do ministério.

Um dos alvos da operação da PF é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Investigadores apontam que o monitoramento ilegal foi utilizado em situações pessoais ou políticas. Para o ministro da Justiça, existem relações sociais e empresariais que podem também ter sido atingidas pelos mecanismos investigados.

“Sem dúvida me parece uma investigação de altíssima importância”, afirmou. “Do ponto de vista jurídico, independente do caso concreto, que não me cabe analisar, é importante frisar isso, não estamos diante de um tema banal, estamos diante de um tema crucial, porque fere um direito fundamental, não sabemos ainda de quantas pessoas, se foram dezenas, centenas, milhares, dezenas de milhares, isso a investigação vai dizer”, completou.

Dino ainda classificou o caso como uma modalidade de corrupção. “É importante considerar que isso é uma modalidade de corrupção, quando uma instituição comete uma ilegalidade, quando membros dessa instituição se apropriam indevidamente dela para praticar ilegalidades, é algo realmente que merece reprovação, observado o devido processo legal”.

(Foto:  Isaac Amorim/MJSP)

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