“É um moleque que precisa de resposta”, diz Jandira sobre Nikolas Ferreira

Nesta quarta-feira, 27, o diretor-geral da Policia Federal, Andrei Rodrigues, recebeu a denúncia de notícia-crime apresentada pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), por crimes de falsidade ideológica e violência política de gênero.

O embate entre os parlamentares começou na quinta-feira (21), “com aquele jovem que eu chamei de moleque na CPMI de 8/1”. Em entrevista ao jornalista Luis Nassif, Jandira explica que o deputado editou o vídeo que mostra a discussão completa durante a CPMI dos atos golpistas, o que induz o seguidor a uma interpretação distorcida dos fatos.

Segundo Jandira, ao pedir para se defender de uma série de falas proferidas por Nikolas, o presidente da Comissão negou o pedido de resposta, e, por isso, ela se dirigiu até o microfone.

“Aí eu fui para o microfone e disse ‘é um moleque que precisa de resposta’. Aí ele começou a me agredir por trás, falar um monte de absurdos e eu disse para ele, ‘se você continuar falando você vai tomar pela cara um processo’”.

Em seguida, Nikolas se aproveitou da frase para distorcer o que foi dito por Jandira ao dizer que “eu tinha ameaçado bater nele, dar um tapa na cara dele”.

A repercussão do vídeo atingiu a marca de 4 milhões de views na internet, o que fez com que a deputada recebesse diversas ameaças, até mesmo de morte.

“Minha rede foi invadida por milhares de seguidores dele ameaçando a minha vida, ameaçando bater em mim, ameaçando a minha integridade física, inclusive uma mensagem para que eu contasse as horas que me restavam de vida. Ameaças muito duras, além de vaca, vagabunda, nojenta, comunista, sai fora vai alisar o cabelo”.

 

“Ditadura na cabeça”

Em aparente alinhamento com a herança maldita de Jair Bolsonaro, Jandira retrata Nikolas como um “bolsonarista raiz, um jovem que incorporou as ideias do bolsonarismo. Um jovem extremamente fraco, frágil (…) que vai para a pauta de costumes. Ele é anticomunista, e é covarde”.

Esse foi mais um motivo que resultou na discussão entre os deputados. O pastor Henrique é um ativista dos direitos humanos e critica o “modelo bíblico de família”, o que o torna alvo de Nikolas e outros deputados da extrema-direita.

 

Notícia-crime

O deputado Nikolas violou os artigos 299 do Código Penal, que versa sobre falsidade ideológica, e o artigo 326-B, do Código Penal, que discorre sobre violência política de gênero. [confira mais detalhes por aqui]

Os comentários nas redes sociais de Jandira, e até mesmo de Nikolas, evidenciam também crimes de difamação, injúria e ameaça previstos nos artigos 139, 140 e 147 do Código Penal.

Testemunhas do ocorrido, os deputados Rogério Correia (PT-MG), Rafael Brito (MDB-AL), a deputada Duda Salabert (PDT-MG) e as senadoras Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) acompanharam a deputada Jandira Feghali no momento da entrega da notícia-crime, na sede da Polícia Federal, às 15h. (Foto: Agência Senado)

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