Dor de garganta pode acarretar problemas cardíacos, renais e neurais

Dor de garganta é um sintoma comum no dia a dia dos brasileiros, mas não deve ser ignorada. Apesar de ser mais causada por problemas virais, uma infecção na garganta também pode ser de origem bacteriana e, por isso, com mais riscos.

Uma faringite, por exemplo, é, em sua maioria, viral, mas também pode ser bacteriana. Responsável por 30% dos casos de faringite em crianças e 10% em adultos, a bactéria estreptococo beta-hemolítico do grupo A, de nome científico Streptococcus pyogenes, é a causa mais comum de faringite bacteriana – chamada de estreptocócica – e deve ser levada a sério, pois suas complicações podem acarretar problemas cardíacos, renais e até no sistema nervoso.

 

Como identificar

Existem sintomas comuns a todos os tipos de faringite, são eles: dor de garganta, febre, dor de cabeça e vermelhidão da faringe e amígdalas. Mas existem alguns sinais que permitem identificar se a infecção é viral ou bacteriana.

No caso de vírus, os sintomas virão acompanhados de coriza, tosse e espirros. Já com bactérias, deverão aparecer pus na faringe e nas amígdalas, bem como petéquias, isto é, pontos vermelhos, no céu da boca. No entanto, em alguns casos a certeza do diagnóstico só é obtida através de exames complementares, como um teste rápido ou cultura de material da faringe.

Apesar de também atingir adultos, a faringite estreptocócica é mais comum em crianças e adolescentes de 5 a 15 anos. É nessa idade em que há mais aglomerações e trocas de objetos e alimentos com frequência, o que facilita o contágio. O Streptococcus pyogenes é altamente contagioso. Tosse, espirro, gotículas de saliva emitidas durante a fala ou compartilhamento de talheres ou copos são seus meios de transmissão mais comuns.

 

Complicações da faringite estreptocócica

A doença é tratada com o uso de antibióticos por até dez dias, mas já apresentando melhora no terceiro. Porém, se negligenciada, pode evoluir para condições mais graves, como febre reumática, glomerulonefrite e síndrome Pandas.

A febre reumática, ou reumatismo no sangue, pode causar, quando mais grave, uma cardite, que pode incluir dor torácica, cansaço aos esforços, surgimento de um sopro no coração e insuficiência cardíaca. Outros sintomas incluem dores nas articulações (poliartirte) e movimentos involuntários (coreia de Sydenham), caso a bactéria afete o sistema nervoso central.

A glomerulonefrite é uma inflamação nos rins e acomete 10% a 13% dos jovens que apresentam faringite estreptocócica. Insuficiência renal aguda é um sintoma. E o paciente que não trata a faringite estreptocócica pode até desenvolver TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), em decorrência da síndrome Pandas, sigla para distúrbios neuropsiquiátricos autoimunes pediátricos associados a infecções estreptocócicas, em inglês. (Foto: ilustração)

 

*Com informações de Folha de São Paulo e MD Saúde

 

 

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