Novidades sobre possível paralisação no governo dos EUA e estímulos de consumo na China depreciaram moeda americana
A semana encerrou com o dólar em queda de 1,00%, a R$ 5,743, acompanhando o cenário exterior, na menor cotação desde 21 de fevereiro e com a melhor performance entre as 33 moedas mais líquidas do mundo.
Na semana, a moeda acumulou perdas de 0,81%. Notícias sobre a reversão de uma possível paralisação dos trabalhos no governo dos EUA e o avanço dos preços das commodities estão entre as notícias que pressionaram a moeda americana nesta sexta-feira.
A Câmara dos Representantes dos EUA — semelhante à Câmara dos Deputados no Brasil — aprovou nesta semana uma lei que garante novo financiamento para o governo federal. O país vive na iminência de um shutdown, nome que se dá à paralisação orçamentária do governo americano, que pode ocorrer caso o Senado não aprove a norma.
No entanto, a expectativa nos mercados nesta sexta-feira é que a lei também passe pelos senadores e evite que a máquina pública americana pare a partir deste sábado. Ontem, o líder da minoria no Senado americano, Chuck Schumer, afirmou que não bloquearia um projeto republicano de financiamento do governo.
Em paralelo, a notícia de que a China estaria preparando estímulos ao consumo no país também beneficiou o real. A informação acabou impulsionando as commodities, o que tende a ser beneficente às moedas de países emergentes, como o Brasil, que têm suas economias majoritariamente baseadas nestas matérias-primas.
O minério de ferro, negociado na Bolsa de Dalian, subiu 2,32%, enquanto o petróleo Brent, na Bolsa de Londres, avançou 1%, a US$ 70,58.
Outro ponto que beneficiou o real frente ao dólar nesta sexta-feira é o aumento das apostas de três cortes nos juros americanos. De acordo com Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, um dos fatores a explicar essa tendência é a intensificação das expectativas de uma possível recessão nos EUA.
Esta perspectiva derrubou os mercados americanos, especialmente no início da semana. A escalada na guerra comercial promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, é uma das principais responsáveis pelas perspectivas ruins quanto à economia americana.
— Ao meu ver a questão de possível recessão e enfraquecimento econômico lá nos EUA ainda está em voga e ainda é uma pauta importante — aponta Serra. Ele explica que as projeções de novos cortes de juros se intensificam neste caso pois este seria um mecanismo importante para impulsionar o consumo e, desta forma, aquecer a economia.
(*) Com informação de O Globo