Recife – Dois anos após a tragédia que matou mais de 130 pessoas em Pernambuco, em decorrência das chuvas, o governo do estado sequer finalizou a licitação que deve recuperar o local mais afetado pelo desastre natural em 2022, que é o bairro de Jardim Monte Verde, limite entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes (veja vídeo mais abaixo).
Nesta terça-feira (7), integrantes do governo estadual se reuniram com representantes de 44 cidades do estado para conversar sobre a OperaçãoOpera Inverno, que reúne ações de prevenção e redução de riscos causados pela chuva.
O encontro aconteceu na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife, e reuniu instituições como defesas civis municipais, Corpo de Bombeiros, Forças Armadas e Polícia Militar.
Na tragédia de 2022, morreram mais de 20 pessoas somente em Jardim Monte Verde. Em setembro de 2023, o governo anunciou que tinha assinado ordem de serviço para obras de urbanização e contenção de encostas no local. Oito meses depois, a licitação ainda não foi finalizada.
Na época em que foi anunciada, a licitação previa intervenções numa área de 110 mil metros quadrados, beneficiando 1,5 mil famílias. O investimento total era de R$ 62 milhões.
Nesta terça, o diretor de obras da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do estado, Victor Palácio, disse que a previsão é de que as obras, que sequer começaram, durem ao menos 18 meses.
“A previsão de conclusão da licitação ainda é neste mês de maio. A previsão de assinatura do contrato e de emissão da ordem de serviço é para o próximo mês e aí iniciam as obras. A previsão é de 18 meses de execução, com investimento de R$ 60 milhões”, afirmou.
Questionado sobre a demora para a conclusão da licitação, já que a tragédia aconteceu há dois anos e a recuperação da área só deve ser concluída daqui a cerca de mais dois anos (quatro anos após o desastre), Victor Palácio afirmou que houve uma revisão de projeto por causa da mudança de gestão do ex-governador Paulo Câmara (sem partido) para a governadora Raquel Lyra (PSDB).
“O desastre ocorreu na gestão anterior, e a gestão atual, prevendo em seu plano de governo a atuação nessas áreas de encosta, reviu todo o projeto, contemplou principalmente as áreas que tinham risco alto de deslizamento, e, com atualização de projeto e de orçamento, conseguimos abrir o processo licitatório”, declarou Palácio. (Foto: Pedro Alves/g1)