Discutir o financiamento do SUS é uma necessidade, diz Ministra da Saúde

Para que se garanta a efetivação do direito de toda a população à saúde, discutir o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma necessidade que exige urgência.

A avaliação é da ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), na tarde desta sexta-feira, 17.

“Temos um sistema de saúde universal com problema de financiamento e com os desafios de estar encarando uma transição demográfica e epidemiológica. O gasto per capita da iniciativa privada é quatro vezes superior ao gasto per capita público do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse fato torna-se mais agudo com os aprendizados da pandemia, em que o próprio papel do sistema foi tão abordado de forma positiva”, explicou Nísia.

A ministra disse que é importante também haver investimentos contínuos em ciência, tecnologia e inovação em saúde.

“Em todo o mundo, falou-se muito que as vacinas [contra a covid-19] foram desenvolvidas em tempo recorde. Na verdade, se não houvesse investimentos anteriores, não haveria essas vacinas. O caso da Universidade de Oxford que produziu a vacina com o laboratório AstraZeneca foi fruto de investimentos de dez anos contínuos no desenvolvimento de vacinas”, relatou.

Com a experiência que acumulou trabalhando na área da saúde,  Nísia Trindade adiantou ainda  ser necessário que os cientistas mudem a forma de se comunicar com as pessoas, a fim de diminuir a desconfiança que parcelas da população têm em relação à ciência.

“Há uma necessidade de mudarmos a própria forma de comunicarmos a ciência. Ciência não é matéria de opinião. É matéria de construção a partir de evidências e consensos entre os pares cientistas.  Isso é fundamental para a relação entre saúde e democracia. Nós nos baseamos na evidência científica mas precisamos fazer uma construção coletiva”, finalizou Nísia Trindade. (Foto: Igor Evangelista/MS)

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