A líder do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o Banco dos BRICS, Dilma Rousseff, anunciou, conforme reportado pelo jornal O Globo, que o presidente chinês, Xi Jinping, expressou seu apoio oficial ao projeto da ferrovia bioceânica. Essa iniciativa está em pauta há mais de dez anos entre os governos do Brasil e da China. A declaração ocorreu durante a visita de Dilma a Pequim, onde ela participou das atividades oficiais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dilma declarou que a ajuda do líder da China é fundamental: “Ele [Xi] disse que irá realizar. Ele compreende nossas prioridades e nós entendemos as dele. E quando ele afirma que algo vai se concretizar, as coisas acabam acontecendo”. Essa declaração indica que, apesar de não haver um cronograma estipulado, o plano já tem um apoio político favorável do governo chinês.
Um antigo projeto renasce com nova energia – A ferrovia que conecta os oceanos visa estabelecer um corredor logístico entre o Brasil e o Pacífico, tornando mais ágil e acessível o transporte de produtos, principalmente grãos e minérios, para nações asiáticas, reduzindo custos e o tempo de deslocamento. O Porto de Chancay, localizado no Peru, se destaca como um dos principais destinos, com a administração a cargo da grande empresa estatal chinesa Cosco, que possui a maior parte das ações do projeto.
Dilma enfatizou a China como o parceiro ideal para avançar com o projeto, sublinhando tanto suas habilidades técnicas quanto seus interesses estratégicos. Ela afirmou que não existe outra opção para a realização da obra além dos chineses. No entanto, a presidente se absteve de definir datas: conforme sua declaração, o progresso da iniciativa está condicionado às negociações em andamento entre Brasília e Pequim.
Viagem de Lula
A presença de Lula em Pequim fortalece as relações com a China – Durante sua estada na capital chinesa, Dilma participou ativamente das conversações entre as nações. Um dos principais propósitos da viagem de Lula foi exatamente expandir as oportunidades de investimento da China em infraestrutura no Brasil, área vista como prioritária pela administração atual.
No final da viagem, Brasil e China firmaram um acordo de entendimento visando estabelecer condições para uma colaboração mais estreita entre os programas de desenvolvimento nacionais e a iniciativa chinesa Cinturão e Rota, frequentemente chamada de nova Rota da Seda. Apesar de não terem sido divulgadas ações específicas para a ferrovia bioceânica, esse assunto está entre os principais pontos de atenção no setor de transportes. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)