Diálogos Amazônicos deverá apontar sugestões climáticas para a COP 30

“Quando discutimos os esforços para proteger a Amazônia como um todo, estamos sublinhando o perigo das mudanças e nos mobilizando para que normas internacionais consigam proteger a vida que temos e a que virá”. (Senador Beto Faro).

 

A Amazônia paraense vive um momento dos mais importantes na tomada de decisões sobre o clima. Na agenda de agosto, o destaque é o evento Diálogos Amazônicos, marcado para os dias 4 a 6 de agosto no Hangar do Centro de Convenções na capital paraense, Belém.

O evento antecede a Cúpula da Amazônia, marcada para os dias 8 e 9 de agosto e conta com a presença dos oito chefes de Estado dos países membros da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica). Ao final do encontro, será divulgada a Declaração de Belém, documento que irá definir a agenda regional em favor do desenvolvimento sustentável do bioma amazônico.

Os preparativos estão em reta final.

Uma multiplicidade de iniciativas como seminários, exposições e manifestações culturais, deverão pautar o evento que tem o papel de formular novas estratégias para a região dentro da ideia de transição ecológica, bem como a segurança alimentar, redução da pobreza, bioeconomia na agenda dos Diálogos Amazônicos.

O evento tem o desafio de apontar 23% das soluções climáticas até 2030, com menor custo, sobretudo em áreas que contribuem aceleradamente para o avanço do desmatamento. Para se ter uma ideia, a Floresta Amazônica, cobre um terço do planeta, abriga 80% de sua biodiversidade terrestre.

Para o senador Beto Faro (PT-PA), que dedicou parte de sua vida à luta em defesa da proteção à floresta, toda essa biodiversidade como a flora e as águas têm papel vital na vida de milhares de paraenses.

“Os rios fazem caminho entre os povos das águas, garantindo o sustento de famílias ribeirinhas e do restante da população”, diz Beto Faro, que nasceu em Bujaru, nordeste do Pará, conhece bem o cotidiano amazônico e a conexão que existe entre população e natureza.

O senador paraense entende que as metas para o futuro fazem parte de nosso tempo porque o impacto das mudanças climáticas na Amazônia paraense, são visíveis estando nas narrativas de populações ribeirinhas.  “A nossa produção pesqueira hoje é menor”, destaca.

Em 2013, o Pará chegou a ocupar o 1º lugar no ranking nacional de pesca. À época, o estado totalizou a produção de 728.393 toneladas de pescado, ultrapassando Santa Catarina.

Em 2022, perdeu a posição para o Paraná que agora figura como o maior produtor de peixes no país, de acordo com dados da Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR). O estado representa sozinho cerca de 22% da produção nacional. “A estiagem é cada vez mais longa e o ciclo de chuvas não é como antes”, afirmam os ribeirinhos que vivem na Amazônia paraense.

Todos esses desafios, serão levados ao debate da Cúpula da Amazônia marcada para os dias 8 e 9 de agosto, com o encontro dos líderes dos países amazônicos. Durante os Diálogos, que antecedem o encontro de líderes, serão reunidos representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais, do Brasil e demais países amazônicos, para pautar a formulação de novas estratégias para a região amazônica. Os resultados dos Diálogos serão apresentados por representantes da sociedade civil aos líderes reunidos na Cúpula.

As atividades serão divididas entre plenárias (organizadas pelo Governo Federal, com ampla participação social) e atividades auto organizadas. A organização está disponibilizando salas com diferentes capacidades para a realização das atividades auto organizadas. As inscrições podem ser feitas na página do evento.

De acordo com senador Beto Faro todo o diálogo rumo a COP 30, é vital na definição das medidas que serão adotadas. (Foto: Waldemir Barreto)

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