Data é utilizada para promover ações de combate ao preconceito e à discriminação
Há apenas 35 anos, em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a homossexualidade de sua Classificação Internacional de Doenças. A partir de 2010, essa data passou a ser celebrada como o Dia Internacional de Combate à Homofobia, Transfobia e Bifobia, em reconhecimento à luta contra o preconceito e a discriminação direcionados às pessoas LGBTQIAPN+.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu considerar a LGBTfobia como parte da Lei de Racismo, devido à falta de uma legislação específica aprovada pelo Congresso Nacional. A condenação para esse tipo de crime pode resultar em até 5 anos de prisão e aplicação de multa.
No começo de 2023, um relatório elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) revelou que o Brasil permanece entre os países mais perigosos para indivíduos trans e travestis. Durante o ano anterior, contabilizaram-se 122 assassinatos.
A pesquisa revelou uma diminuição de 16% em comparação ao ano passado; no entanto, pelo 16º ano seguido, o país se destaca como o que mais registra homicídios de pessoas trans e travestis globalmente.
O estudo revelou que a maior parte das vítimas é composta por jovens, negros, de baixa renda e oriundos da região nordeste. Além disso, a esperança de vida desse grupo é de até 35 anos.
A data serve para incentivar iniciativas de luta contra o preconceito e a discriminação, além de aumentar a conscientização sobre a importância de respeitar diversas orientações sexuais e identidades de gênero.
Recentemente, a abreviação mais comum para designar a comunidade é LGBTQIAPN+, que abrange uma grande parte das variedades de gêneros, identidades e orientações sexuais que formam esse grupo — incluindo lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais e pansexuais. Cada letra representa narrativas de resistência. No entanto, anteriormente, a sigla era apenas LGBT e, em certos momentos, GLS.
Primeiramente conhecida como GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), a sigla passou por transformações à medida que as questões abordadas evoluíram e os membros do movimento lutavam por seus direitos.
Originado na década de 1990, o antigo termo GLS — que representava gays, lésbicas e seus apoiadores — perdeu popularidade em 2008 por não ser visto como abrangente.
Após discussões no interior do movimento, a busca por uma maior representação das mulheres lésbicas promoveu a evolução da terminologia, levando à criação da sigla LGBT, que abrange também bissexuais, pessoas trans e travestis.
Desde 2013, foram lançadas edições revisadas que começaram a incorporar diferentes identidades e expressões que anteriormente não eram reconhecidas.
Entenda o que significa cada letra:
L — Lésbicas: mulheres que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras mulheres
G —Gays: homens que sentem atração sexual e/ou afetiva por outros homens
B — Bissexuais: pessoas que sentem atração sexual e/ou afetiva por mais de um gênero
T — Transgêneros: pessoas que não se identificam com seu gênero biológico e assumem uma identidade diferente da atribuída ao nascer. Nesse grupo estão ainda as travestis, que não se reconhecem no gênero masculino, mas em uma expressão de gênero feminina
Q — Queer: identidades e expressões de gênero e sexualidade que não se encaixam nas normas da heteronormatividade (de heterossexualidade ou binarismo de gênero), como drag queens
I — Intersexo: pessoas nascidas com características biológicas (genitais, hormônios, etc.) que não se enquadram nas definições típicas de sexo masculino ou feminino
A — Assexuais, agênero ou arromânticos: aqueles que não sentem atração sexual por outras pessoas
P — Pansexuais e polissexuais: indivíduos que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras pessoas, independentemente do gênero ou identidade de gênero
N — Não-binários: pessoas que não se identificam com nenhum gênero, ou que se identificam com vários gêneros
+ — O “+” representa outras identidades e orientações sexuais não mencionadas na sigla e gêneros fluidos, reconhecendo a vasta diversidade que existe . (Foto: O Globo)